quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Rússia e China repelem uso da ONU por EUA para intervir na Síria


“A Rússia nunca vai apoiar a instrumetalização do Conselho de Segurança para agravar conflitos ou que
fira a Carta da ONU”, afirmou o representante russo

Os representantes da Rússia (Vitaly Churkin) e da China (Li Bao-
dong) na ONU rejeitaram a manobra dos EUA para usar o Conselho de Segurança da ONU em apoio à intervenção na Síria. Churkin ressaltou o informe da Missão de Monitoriamento Árabe no país por suas “informações objetivas” confirmando “a ação de bandos armados que tem cometido assassinatos e saques”.
 
O representante chinês destacou que “a Síria e seu povo tem todas as condições necessárias para resolver suas questões, chegarem a uma solução política e avançar com a linha que se adequa ao povo”.
 
A Índia, o Paquistão, Azerbaijão, África do Sul também intevieram para rejeitar as manobras no CS e defender a soberania e independência da Síria.
 
O representante russo criticou a decisão de afastar a Síria da Liga Árabe, “que teve um papel negativo” e declarou ainda que “o papel da comunidade internacional não é provocar conflito ou interferir nos assuntos internos de países soberanos, mas fortalecer as alternativas de diálogo para alcançar soluções”.
 
Ele observou que “os representantes da liderança da Liga relataram os eventos, durante a sessão do CS de forma incongruente com a sua própria Missão. O secretário-geral da Liga e o ministro do Exterior do Qatar responsabilizaram o governo sírio pelos eventos neste país e não disseram nada sobre a violência desencadeada pela oposição. Isso é ilógico”.
 
Por isso, “a Rússia nunca vai apoiar uma resolução que transforme o CS em instrumento dos que querem agravar conflitos, nem apoiará qualquer decisão que fira a Carta da ONU”.
 
Já o representante chinês acrescentou que “a Síria é um país muito importante no Oriente Médio e sua estabilidade é decisiva para toda a região. É importante apoiarmos o esforço do povo sírio pelo sucesso das reformas políticas”.
 
Condenando o uso das sanções e da força contra a Síria, Baodong ressaltou que “a China se opõe aos esforços para mudar o regime de uma forma que viola a Carta da ONU”.
 
Ao denunciar a ação dos EUA, o representante russo relatou que: “eles pressionam a Rússia para que pare de mandar armas para a Síria enquanto continuam mandando armas para a oposição armada. Por isso, não vamos aceitar qualquer embargo ao envio de armas para a Síria”.
 
O enviado da Rússia na União Europeia, Vladimir Chizcov, também presente na reunião do Conselho, destacou que à proposta de interesse dos EUA (entregue pela delegação marroquina disfarçada de ‘proposta da Liga’) “falta uma cláusula importante, estabelecendo que nenhuma resolução poderá ser usada para justificar uma intervenção militar na Síria”.
“Por essa razão, não vejo chance dessa proposta ser adotada”, acrescentou.
 
NATHANIEL BRAIA

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