quarta-feira, 16 de junho de 2010

PT, PDT, PMDB e PSB CONSAGRAM DILMA CANDIDATA À PRESIDÊNCIA

Convenções reúnem milhares de pessoas e lideranças nacionais em apoio a ex-ministra

Quatro convenções dos principais partidos políticos do país reuniram milhares de pessoas, com um entusiasmo e um grau da unidade poucas vezes vistos na história do Brasil, para consagrarem a ex-ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata à Presidência da República. Enquanto massivas reuniões do PT, PMDB, PDT e do PSB expressavam a pujança de Dilma e da grande aliança política que se formou em torno de seu nome, o candidato tucano, ainda sem vice e com dificuldades para atrair aliados, realizava reunião na Bahia para lançar sua candidatura.

No sábado (12), na Casa da Américas, em São Paulo, Dilma foi recebida por cerca de 20 mil pessoas, na Convenção Nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT). O presidente nacional do partido, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que esta foi “a maior convenção já realizada em toda a história do PDT”. O partido aprovou por unanimidade o apoio à candidatura de Dilma para presidente e do senador Aloysio Mercadante para governador de São Paulo.

Entre governadores e parlamentares de todo o país, manifestaram apoio a Dilma, o filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 64, João Vicente Goulart, e o neto de Leonel Brizola, o deputado Brizola Neto.

“Estou vendo aqui muitas faces conhecidas”, disse Dilma, lembrando seu tempo no PDT. “Eu quero compartilhar esse momento da minha vida com vocês. Hoje aqui concretizamos o apoio do PDT numa aliança para levarmos adiante as conquistas que o presidente Lula realizou no Brasil”, afirmou.

“Não se vira a página de quem criou a Petrobrás, o BNDES, o salário mínimo e a proteção do trabalhador”

Dilma emocionou os convencionais quando lembrou os grandes líderes trabalhistas do país como Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro. “Hoje, somos a continuidade de todo esse processo”, afirmou. “Getúlio foi o responsável pela construção do Brasil moderno. Ele está na história e na memória do país”. “Tentaram decretar o fim do legado da era Vargas, com o ciclo de privatizações e reformas neoliberais”, denunciou. “Muitos dizem que deveríamos virar a página do getulismo, mas não se vira a página de quem criou a Petrobrás, o BNDES, o salário mínimo e a proteção dos trabalhadores”, destacou.

“Assim, como Jango, Lula foi capaz de manter o trabalho e oportunidades para todos. Como Leonel Brizola, que defendia a educação para todos, eu defendo os investimentos em educação como um dos pilares de minha campanha”, prosseguiu Dilma, lembrando também semelhanças entre Lula e Brizola. “Na luta contra os golpistas, Brizola disse que ia para a legalidade com a força do povo. Em 2006, Lula cravou a frase: ‘é Lula de novo com a força do povo’... É justamente com a força do povo que estamos nos comprometendo. Essa aliança entre PT e PDT vai vencer de novo com a força do povo”, completou.

No início da tarde, Dilma já estava em Brasília na Convenção Nacional do PMDB que aprovou por ampla maioria de votos a coligação com o PT e indicou o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, para vice de Dilma. “Foi graças à ela que o governo Lula realizou um dos mais bem sucedidos governos da história do Brasil”, disse Temer.

Todos os principais líderes do PMDB prestigiaram e aplaudiram a chapa Dilma/Temer, entre eles o presidente do Senado, José Sarney que, em seu discurso, destacou o papel do partido no governo Lula. “Fomos peça-chave no governo do presidente Lula e seremos peça-chave no governo da ministra Dilma”, afirmou. Na convenção do PT, realizada no domingo, Sarney recebeu agradecimento explícito de Lula, pelo resultado da votação do modelo de partilha do pré-sal.

Dilma destacou ainda o papel do PMDB na consolidação da democracia brasileira e fez homenagem a Tancredo Neves. Ela citou também uma frase de Ulysses Guimarães. “Ele dizia que o Estado de Direito é concertário com a igualdade. Não pode conviver com o estado de miséria. Mais miseráveis do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria”.

“Vamos defender a democracia dos seus maiores inimigos: a mentira, a manipulação e a falsidade”

Dilma criticou o jogo sujo da oposição e da imprensa golpista e garantiu que vai continuar defendendo a democracia “daqueles que tentam fazer o país andar para trás levando de roldão as conquistas sociais do nosso povo”. “Vamos defender a democracia também dos seus inimigos, dos seus maiores inimigos que são a mentira, a manipulação e a falsidade”, frisou.

Domingo (13), ela foi recebida com festa para a oficialização de sua candidatura à Presidência na Convenção Nacional do PT, em Brasília, acompanhada do presidente Lula, de José Sarney, e de Michel Temer, agora seu vice. Durante seu discurso, Lula criticou o “jogo rasteiro” da mídia serrista (veja matéria na página 2).

O presidente do PT, Luiz Eduardo Dutra, declarou: “tenho absoluta certeza de que, com a convicção que vejo aqui nos olhos e corações dos militantes, nós vamos dar continuidade ao projeto de mudança do Brasil, que conciliou o crescimento econômico com distribuição de renda, a um processo que fez com que 20 milhões de brasileiros saíssem da linha da pobreza. É por isso que eles [a oposição] estão tão aperriados e preocupados”, discursou. Muito aplaudido, ele lembrou que a oposição fala em corrupção, “mas o governo FHC condecorou um criminoso foragido (Alberto Fujimori) com a Ordem Cruzeiro do Sul.

Nesta segunda-feira (14), em Brasília, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, apoiou oficialmente a candidatura de Dilma.

SÉRGIO CRUZ





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