sexta-feira, 11 de junho de 2010

APAZIGUAMENTO E SUAS LIÇÕES

Não foi por falta de lições da história sobre o resultado de tentar apaziguar agressores que Rússia e China assinaram embaixo das sanções contra o Irã fabricadas por Washington a título de “evitar que elas fossem mais duras”, e de que “não atingissem o povo iraniano”, nem “as relações comerciais normais”. “Vamos garantir os negócios”, se assanharam.

Teve até aquele lorde inglês que achava que ia levar Hitler no bico, e o Gorbachev, que se encantava com as promessas de Bush pai e Helmut Kohl de que a Otan não ia se mover “1 centímetro” para leste.

Como visto no Iraque - e admitia sem pejo a então secretária de Estado Madame Albright, ao falar a um repórter que a morte de 500 mil crianças iraquianas pelo bloqueio “valeu a pena”-, o objetivo das sanções é golpear o povo. Ou, como dizia Nixon sobre o Chile, “fazer a economia gritar”.

“Vamos garantir os negócios”, se assanharam as duas potências. O chanceler brasileiro se referiu ao fenômeno, assinalando que “os países têm de votar de acordo com suas consciências, não porque conseguiram vantagem de vender mais isso ou aquilo”. Ao ser indagado por um jornalista a que interesses havia se referido, Amorim abriu mão de novos comentários, pois “já estavam citados na imprensa”.

Amorim criticou que o Conselho da ONU tenha votado as sanções “praticamente sem esperar” a avaliação do Grupo de Viena sobre a proposta de acordo com o Irã, que Brasil e Turquia intermediaram em conjunto. “Houve uma negociação entre os membros permanentes em que os interesses específicos desses países foram tomados em conta”, apontou.
A.P.

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