sábado, 12 de junho de 2010

DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO DA BIELORÚSSIA

É preocupante a campanha desatada nos meios de comunicação russos e nas intervenções de importantes políticos para desacreditar a Bielorrússia e seus dirigentes, que desenvolvem um firme programa para elevar o nível de vida da população do país.

A Bielorrússia é a única dentre as antigas repúblicas da União Soviética que tem superado os indicadores do PIB de 1990 e que continua aumentando decididamente os níveis de produção em diferentes setores da economia. Isto é especialmente notável no exemplo do desenvolvimento do setor agrário. Enquanto a Rússia anualmente compra no estrangeiro produtos de alimentação no valor de 30 a 35 bilhões de dólares, a Bielorrússia obtém US$ 3 bilhões da venda de seus excedentes, que vende principalmente para a Rússia. Em solos áridos e calcários os bielorrussos, trabalhando com uma maquinaria de fabricação própria, produzem uma colheita de cereais uma vez e meia superior à da Rússia, com suas férteis terras, das quais 40 milhões de hectares estão abandonados, repletas de arbustos. A Bielorrússia tem uma produção per capita de carne 2,5 vezes superior à da Rússia, e de leite, três vezes superior.

Esse é o resultado de que na Bielorrússia tenham se conservado as grandes fazendas coletivas (kolkhoses e sovkhoses), sem ter se privatizado a terra e tenha se executado uma política de Estado dirigida a manter e aumentar a capacitação, construindo moradias e criando uma infraestrutura social desenvolvida.

Na Rússia, com a propriedade privada sobre a terra, nesse período desapareceram 17 mil povoados, enquanto que dezenas de milhares de aldeias levam uma existência penosa.

A Bielorrússia, que conservou a propriedade estatal sobre os setores estratégicos, mais importantes, que são a coluna vertebral dos orçamentos, realiza com sucesso a construção de empresas, exportando sua produção a outros países. A fábrica “BelaAZ”, que controla um terço do mercado mundial, exporta caminhões de carga e de tração a 50 países. Os tratores “Bielorrus” da fábrica de tratores de Minsk, são vendidos em 70 países. A produção da indústria química tem também uma grande produção. Tudo isso permite ao país resolver as tarefas sociais, manter, equipar e fortalecer seu exército.

É evidente que os êxitos do irmão povo bielorrussos no desenvolvimento da economia, da cultura, da vida social da sociedade, que foram alcançados num período extraordinariamente complicado para os bielorrussos, como o período posterior ao fim da União Soviética, graças a ter utilizado a experiência socialista, representam uma censura direta à direção política da Rússia, que elegeu e continua desenvolvendo a via da privatização criminosa, negligente, do patrimônio do povo.

O resultado é o aumento do número de magnatas, o empobrecimento dos trabalhadores e a derrubada demográfica.

Os oligarcas russos estão fazendo de tudo para açambarcar o potencial produtivo da Bielorrússia: impõem guerras de preços e tarifas; não permitem que o barato açúcar bielorrussos e sua produção láctea cheguem ao mercado russo; limitam a importação de maquinaria agrícola; põem todo tipo de travas ao desenvolvimento da cooperação entre empresas de ambos países. O governo russo, ignorando as obrigações do Tratado de Unificação, justifica, defende e alenta essas tentativas.

Em dez anos transcorridos desde a assinatura do Tratado para a criação de um Estado unificado de Bielorrússia e Rússia, não foi resolvida nenhuma das questões básicas para seu funcionamento: não se aprovou a ata constitucional, não se introduziu uma moeda conjunta com condições de gestão econômica unificada; não se definiu a ordem de formação e utilização da propriedade. Como se isso fosse pouco, Putin, na sua etapa como presidente, propôs que a Bielorrússia se dissolvesse como Estado e se integrasse na Rússia em forma de comarcas.

Na grande imprensa começam a aparecer materiais sobre a possível denúncia do Acordo de Unificação. Não dá para desconsiderar que por trás de tudo isso se oculte a pressão do capital internacional, a quem tanto assustam os processos de unidade no território da União Soviética, desintegrada de um modo canalha.

GUENNADI ZIUGANOV*
* Presidente do Conselho da União de Partidos Comunistas dos países da ex-União Soviética e líder do Partido Comunista da Federação Russa.
O texto acima é uma condensação de “Em defesa da união e da irmandade dos povos da Bielorrússia e da Rússia

Nenhum comentário: