quarta-feira, 16 de junho de 2010

PORQUE APOIAMOS DILMA

No mais impressionante e importante documento da história do Brasil,

a Carta Testamento, o presidente Getúlio Vargas lavrou com o próprio sangue um dramático alerta ao povo brasileiro: o de que há forças poderosas que se opõem ao desenvolvimento econômico e social do país.

Lembremos as suas palavras: “Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.

Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de libertação social... Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalho seja livre. Não querem que o povo seja independente”.

Mais claro, ninguém conseguiria ser. Esta é a razão fundamental pela qual o projeto de Vargas para o desenvolvimento nacional sempre foi o de estabelecer uma aliança entre os trabalhadores, o Estado e o setor privado nacional, para barrar o ímpeto dos capitais externos de promover a espoliação do país.

E o fato é que todas as vezes que o Brasil seguiu por esse caminho, cresceu e melhorou substancialmente as condições de vida do nosso povo. Nas vezes em que se desviou dele, estagnou ou retrocedeu.

Em 1964, as ilusões no papel civilizatório dos grandes grupos econômicos e financeiros internacionais retiraram o Brasil, de forma violenta, do leito da democracia e do crescimento baseado na ampliação da independência econômica e da justiça social. O país foi empurrado para a armadilha da dívida externa e, em decorrência disso, mergulhou na longa crise dos anos 80.

Depois, a privataria, o desmonte do Estado e a desnacionalização econômica, patrocinadas pelos governos Collor e FHC, provocaram a mega-estagnação dos anos 90.

Só com a vitória de Lula em 2002, o Brasil pode finalmente respirar e iniciar um retorno seguro ao leito do desenvolvimento com distribuição de renda.

Os êxitos alcançados são motivo de orgulho para todos nós, e a popularidade do presidente - para desespero da oposição - é a mais eloquente demonstração de que este é o caminho do progresso e da redenção nacional.

Portanto, é através dele que devemos seguir avançando. E avançar hoje significa, sobretudo, elevar o grau de nacionalização de nossa economia.

As multinacionais importam excessivamente e remetem a maior parte de seus lucros para fora do país. Com a presença muito elevada do capital externo em relação ao capital nacional, especialmente numa situação de crise mundial que não favorece a expansão das exportações, a aceleração do nosso crescimento esbarra rapidamente no limite da contas externas.

Essa questão não se resolve elevando os juros para conter o crescimento e evitar o estouro. Se resolve priorizando as empresas genuinamente nacionais nos financiamentos e encomendas do Estado - fórmula que a Constituição de 1988 consagrou para uma nacionalização gradual e sem traumas, e contra a qual o governo FHC se voltou por pura subserviência ao Consenso de Washington.

O ex-governador José Serra, que ainda ontem, em pleno ano de 2008, manobrava para privatizar a Cesp, e em 2010 atacava professores em praça pública com bombas e cassetetes, encarna exatamente o avesso desse projeto.

Há muitas razões para apoiarmos a companheira Dilma nessas eleições. A mais importante de todas é que estamos confiantes de que ela não terá dificuldade de fixar com clareza as metas e o ritmo dos avanços que se farão necessários, como o presidente Lula soube fazer com maestria ao longo dos oito anos de seu mandato.

SERGIO RUBENS DE A. TORRES
* Presidente Nacional do PPL (Partido Pátria Livre)

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