quinta-feira, 11 de outubro de 2012

XEROX OU A ORIGINAL?


Traição de Obama emparelha o certame com especulador abutre


Ocupante da Casa Branca passa sufoco diante de Romney, candidato que se diz “feliz por poder demitir” e afirma “não se preocupar” com aqueles que necessitam de saúde pública
 
O páreo presidencial nos EUA está indefinido. O atual presidente tem sua reeleição sob risco. Também pudera...

Após uma campanha que iria gerar a "mudança", Barack Obama fez o trabalho sujo de caiar a lama de Wall Street com ‘normas’ e ‘fiscalizações’ inócuas enquanto despejava trilhões nos cofres dos bancos combalidos pelo estouro da maior bolha especulativa da história. Um desastre que permitira a sua chegada à Casa Branca com a promessa de fazer retomar a industrialização e produzir empregos.

Dissera que iria ‘trazer as tropas para casa’ mas, continuou no atoleiro mortal das ocupações no Afeganistão e Iraque e, de quebra, invadiu a Líbia, curvou-se à tresloucada e racista política de Netanyahu e Liberman e, agora, agride a Síria com seus agentes pagos e treinados pela CIA e, ainda, ameaça um bombardeio do Irã em conjunto com a aviação israelense.

A desumana e ilegal prisão de Guantánamo permanece e a chacina de civis no Paquistão com seus teleguiados (os famigerados drones) materializa as loucuras belicistas do personagem de Kubrick, o Dr. Strangelove (filme que tem por subtítulo Como aprendi a deixar de me preocupar e a amar a bomba).

A frustração causada pela incongruência entre suas promessas e sua política - que inclui a manutenção de uma saúde pública irrisória mais com o agravante de obrigar todos os americanos a pagar planos de saúde privados – tornou um eleitorado entusiasmado com as novas possibilidades do "Yes we can" em indiferença, quando não hostilidade.

O resultado disso foi, já nas eleições de 2010 (as chamadas ‘mid-term’), a perda da maioria na Câmara dos Deputados (House of Representatives), numa reviravolta partidária só ocorrida antes em 1938.

Carrear o dinheiro aos bancos produziu – ao invés da prometida retomada do desenvolvimento – um acréscimo pífio no PIB, que não chega à casa dos 2%.

Esses agrados que fizeram de Obama o favorito de Wall Street, não têm tornado a vida do estelionatário eleitoral mais fácil. Nem mesmo quando aquilo que os republicanos conseguiram de melhor, em termos de candidatura, foi Mitt Romney que, por incrível que pareça, consegue superar até mesmo o debilóide Bush, em termos de gafes, sandices e alucinações.

Afinal, é de Romney a observação: "Gosto de poder demitir pessoas que trabalham para mim".

Quando as pesquisas ainda davam vantagem para Obama, logo após sua indicação, Romney esclareceu: "Existem 47% das pessoas que votarão nele para presidente não importa o que aconteça. São os que dependem do governo, que acreditam ser vítimas, que acreditam que o governo tem responsabilidade de cuidar deles, que acreditam ter direito a cuidados de saúde, a alimentação, e sabe-se lá o que mais... Meu trabalho é não me preocupar com esta gente. São pessoas as quais é impossível convencer de que deveriam ser responsáveis por si próprias e tomar conta de suas vidas".

Romney é um fundador do fundo de especulações com títulos podres e empresas em apuros, a Bain Capital, no momento sob investigação por sonegação de impostos.

Mesmo diante de um sparring dessa natureza, Obama se posicionou de maneira tão defensiva (por não haver feito nem sombra do que prometeu, claro) que foi capaz de perder feio no debate.

A conseqüência disso é que Romney aparece na frente na maioria das pesquisas realizadas pela mídia e pelos institutos. É verdade que são pouco ou quase nada confiáveis, ainda mais num sistema eleitoral em que cada Estado tem uma norma (apesar da eleição ser nacional).

Na tão ensalsada "democracia" dos EUA, a cada eleição os eleitores precisam fazer nova inscrição. Pois bem, há Estados em que as inscrições já se encerraram e outros onde a inscrição pode ser feita na hora de votar, o que quer dizer que os ‘institutos’ não têm como saber nem mesmo o eleitorado que estão pesquisando, mas revelam uma tendência.

Em todo caso, foi o suficiente para Obama colocar barbas de molho e dizer que no próximo debate não será tão ‘polido’.

NATHANIEL BRAIA


Nenhum comentário: