sábado, 20 de outubro de 2012

Obama e Romney se digladiam para ver quem mente mais ao povo norte-americano


 
Desta vez Barack Obama não estava nas cordas, bateu com vontade em Mitt Romney, mas a impressão geral foi de que não nocauteou. Também pudera. Os dois estavam disputando quem mentia mais ao povo dos EUA.
 
Obama, que salvou os banqueiros com o bailout, e não botou um só executivo na cadeia pelas fraudes contra a população, e graças a isso se tornou o favorito de Wall Street, não parava de posar de o “campeão da classe média”. Romney, que foi flagrado manifestando seu desprezo pelos “47%” mais pobres, passou a garantir que era entusiasmado por “100% dos norte-americanos”.
Obama, o presidente recordista em expulsão de imigrantes, não cessava de condenar Romney por sua política de “auto expulsão” – tornar a vida do imigrante impossível, sem ter como arrumar emprego, perseguindo, até o cidadão resolver partir.
 
Impressionante a cara dura de Romney, falando sobre os problemas da economia: 23 milhões de desempregados, um em cada seis norte-americanos na pobreza, etc. Como se a proposta do especulador abutre do Bain Capital não fosse esfolar os trabalhadores dos EUA, a título de controlar o déficit, e estender o corte de impostos dos ricos, além de encher de dinheiro os bancos e o Pentágono.
  
E como se W. Bush e os republicanos não tivessem nada a ver com os milhões de desempregados gerados pela crise que criaram. Aliás, Obama e Romney esqueceram de dizer que a partir de janeiro vai acabar o seguro-desemprego estendido, e aí muita gente vai para a fila do sopão.
 
E Obama concorrendo contra ele mesmo, contra a desesperança que causou ao fazer sua opção preferencial pelos banqueiros de Wall Street, ele que era a mudança na campanha presidencial passada. Analistas apontaram que não conseguiu explicar a ninguém o que esperava fazer nos próximos quatro anos.
 
Romney também se atrapalhou todo ao ser questionado pelo atual presidente sobre sua proposta de, no lugar do Medicare, a saúde pública dos idosos, dar um “voucher” – uma quantia fixa anual – para ser usado nos hospitais privados. Aí é só o idoso torcer para sua doença caber no voucher. Já Obama estava com sua Obamacare, a fabulosa reforma da saúde que obrigou cada norte-americano a pagar por um plano de saúde privado, sob pena de multa.
  
 Com tanta encenação, não é de admirar que a expectativa de abstenção nas eleições de novembro seja enorme.


Nenhum comentário: