segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quem planta vento, colhe tempestade


Resistência líbia mata procônsul americano que armou o covarde assassinato de Kadafi

Guerrilha líbia abate em Benghazi
o agente norte-americano Stevens

Em abril de 2011, foi enviado por Washington a Benghazi para dirigir as operações com os mercenários. Morto Kadafi, virou embaixador

O embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, foi morto em ataque da Resistência ao consulado de Benghazi na noite de terça-feira, com lança-granadas, Kalachnikovs e morteiros, que incendiou o prédio e um anexo, e que durou mais de quatro horas. O vice-ministro do Interior do governo fantoche, Wannis Al Sharif, acusou “remanescentes do antigo regime” pelo ataque. Foram mortos ainda, a tiros no local, um agente da CIA e dois marines, e há uma dezena de norte-americanos feridos. No tiroteio, foram abatidos ainda 10 fantoches que defendiam o local junto com os ianques. O número de baixas pode aumentar.
Os EUA estão colhendo o que plantaram. Foi Stevens que foi enviado em abril de 2011 a Benghazi para dirigir as operações com os mercenários na Líbia, comportamento típico de agente da CIA e não de diplomata. Seguramente, era também a ele que Hillary se dirigiu ao convocar em Trípoli o assassinato do líder líbio Muamar Kadafi, cometido dois dias depois. O presidente teve o comboio bombardeado, foi capturado, linchado, esfaqueado pelas costas e morto à queima roupa. Stevens tornou-se depois o procônsul de Washington no país africano.
Fontes dos EUA classificaram o ataque de “complexo”, com os guerrilheiros aproveitando uma manifestação contra um filme feito nos EUA raivosamente anti-muçulmano, para se aproximarem do consulado. O ataque teve início às 22 horas, e o prédio principal foi incendiado. Em algum momento, Stevens em fuga se separou dos demais. Ainda não se conhecem detalhes sobre a morte dele, com relatos divergentes de que teria morrido por inalação de fumaça negra ou de que teria sido baleado no carro quando tentava escapar. Ao certo, sabe-se que seu cadáver foi entregue aos norte-americanos no aeroporto de Benghazi.
De acordo com o jornal francês “Le Monde”, uma unidade norte-americana com oito homens enviada de Trípoli de helicóptero para socorrer o consulado caiu numa emboscada ao chegar ao aeroporto de Benghazi. Conforme o capitão fantoche Fathi Al Obeidi, e que recebeu a ordem de se juntar aos norte-americanos, “os tiros de morteiro com que fomos alvejados eram precisos demais para provirem de revolucionários ordinários”, isto é, de fantoches comuns. Afirmação que reforça tratar-se de pessoal militar, “remanescentes de Kadafi”. Dos oito marines vindos de Trípoli, um foi morto e dois ficaram feridos.
CONSULADO SOB FOGO
Por mais de duas horas a guerrilha manteve sob fogo os norte-americanos abrigados num prédio anexo ao incendiado consulado. Apenas às duas horas da madrugada, com a chegada dos reforços e de dezenas de veículos das milícias pró-EUA foi possível proceder à evacuação dos norte-americanos, à custa de mais baixas. Os atacantes se retiraram em segurança.
Como diz a sabedoria popular, quem com ferro fere, com ferro será ferido. Na Casa Branca, um consternado Obama prometeu “justiça”, isto é, vingança, e enviou 50 marines e dois navios de guerra até a Líbia. Madame Clinton mostrava-se espantada de tudo ter acontecido “exatamente em Benghazi”, a base de operações dos norte-americanos. Rapidamente foi posta de lado a declaração do ministro fantoche de que se tratava de ataque da Resistência, e foi escolhido um inimigo mais interessante eleitoralmente, e mais vago, a Al Qaeda.


 
                                                                        
ANTONIO PIMENTA

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