quarta-feira, 18 de março de 2015

Alemanha, França e Itália desafiam EUA e aderem ao banco de desenvolvimento Chinês



Alemanha, França e Itália decidem entrar em instituição vista como rival do Banco Mundial

Por Redação - Reuters

Alemanha, França e Itália declararam nesta terça-feira que concordaram em participar de um novo banco de investimento capitaneado pela China. A decisão vem poucas semanas depois de o Reino Unido enfrentar a pressão dos Estados Unidos — seu parceiro mais próximo — para se tornar membro fundador de uma empreitada vista em Washington como rival do Banco Mundial.
A manobra calculada para se unir ao projeto econômico expansionista, um carro-chefe de Pequim, foi um golpe diplomático nos EUA e reflete a ansiedade europeia para tirar proveito da economia de rápido crescimento da China, a segunda maior do mundo.
A ação surgiu em meio a negociações comerciais espinhosas entre Bruxelas e Washington, e no momento em que a União Europeia e governos da Ásia estão frustrados pelo fato de o Congresso americano ter freado uma reforma dos direitos de votação no Fundo Monetário Internacional (FMI) que daria mais voz à China e a outras economias emergentes na governança econômica global.
O ministro da Fazenda alemão, Wolfgang Schäuble, disse que seu país, a maior economia europeia e grande parceiro comercial de Pequim, será um membro fundador do Banco de Investimento de Infraestrutura Asiática (AIIB, na sigla em inglês). Em Paris, por sua vez, um funcionário do Ministério da Fazenda francês confirmou à Reuters que o governo “confirma a participação da França e enfatiza o acordo entre Alemanha, França e Itália”. Já o Tesouro da Itália declarou que os europeus concordaram em trabalhar para fazer com que a nova instituição “siga os melhores padrões e as melhores práticas em termos de governança, salvaguardas, dívida e políticas de aquisição”.
— De fato estamos vendo essa ideia com bons olhos. Estamos analisando as modalidades precisas na França, e depois teremos a oportunidade de discuti-las com outros países europeus — afirmou o chanceler francês, Laurent Fabius.
O AIIB foi lançado em Pequim no ano passado para incentivar o investimento em transporte, energia, telecomunicações e outros projetos de infraestrutura na Ásia, e foi encarado com concorrente do Banco Mundial, dominado por nações ocidentais, e do Banco de Desenvolvimento Asiático.
A nova entidade é vista como um vetor essencial do soft power chinês na região, possivelmente às custas dos EUA — uma vez que, em geral, o Banco Mundial é presidido por um indicado dos EUA, e Washington é quem tem mais influência no FMI.
No início deste ano, a China declarou que um total de 26 países foram incluídos como membros fundadores do AIIB, a maioria da Ásia e do Oriente Médio, e que planeja finalizar os artigos do acordo de adesão até o final do ano. A agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que Coreia do Sul, Suíça e Luxemburgo também estudam se unir ao AIIB, e um funcionário do governo indiano afirmou que Nova Délhi também ouviu sobre a adesão dos dois últimos.


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