sábado, 27 de setembro de 2014

Terrorista-em-chefe Obama exalta na ONU o seu ‘combate ao terror’


 Com milhões de mortos nas guerras e golpes de Estado cometidos pelos EUA, Obama quer o monopólio da prática do terrorismo; nada de concorrência de aprendizes tipo o Estado Islâmico


Dois dias após violar a Carta da ONU e bombardear a Síria com mísseis Tomahawk, bombardeiros e drones - o sétimo país de maioria muçulmana que bombardeou em seis anos de mandato -, o terrorista-em-chefe dos EUA, Barack Obama, foi à 69ª Assembléia da ONU para mentir sobre o “combate ao terrorismo” e proferir ameaças à Rússia por não aceitar o golpe de estado da CIA na Ucrânia e a limpeza étnica no Donbass. De quebra, ainda fez demagogia sobre a desgraça que aflige a África, a epidemia de ebola.
A mídia imperial quase teve orgasmos com a performance de Obama e sua promessa de “desmantelar a ‘rede da morte’ do ISIS”, assinalando como o porta-voz de Wall Street & Petroleiras definiu “um novo curso muscular para os Estados Unidos num mundo turbulento” em um “discurso sem rodeios” (New York Times), ou que “é assim que um laureado com o Nobel da Paz vai à guerra” (Washington Post).
Ao definir o “desafio ao nosso mundo interconectado”, Obama parecia falar, em última instância, de seu próprio governo e os de seus predecessores: “terroristas atravessando a fronteira para desfechar indescritível violência”. Não foi isso que ele faz nas suas “Terças da Morte”, em que pessoalmente aprova alvos para os ataques com drones, que deixaram milhares de civis mortos e despedaçados no Afeganistão, Paquistão, Iêmen e Somália?
LÍBIA
Ou o ataque contra a Líbia, anunciado em plena visita ao Brasil, que destruiu o país, o mais próspero da África, matou dezenas de milhares, inclusive o líder Kadhafi, levou mais de um milhão ao exílio, e resultou num desastre completo? Ou o golpe de estado na Ucrânia, organizado pela CIA e levado a cabo pelos nazistas e oligarcas ladrões, e que foi seguido pelo pogrom em Odessa, com oposicionistas queimados vivos, e pela limpeza étnica no Donbass, que matou milhares de civis e transformou quase 1 milhão em refugiados.
“Terroristas cruzando a fronteira para desfechar indescritível violência”. É ou não é uma descrição apurada da invasão do Iraque em 2003, por W. Bush, usando como pretexto mentiras do tipo “armas de destruição em massa de Sadam”, para assaltar o petróleo - com um milhão de mortos, sendo 140 mil deles mártires da Resistência do Baas, o próprio Sadam executado, quatro milhões de refugiados, esquadrões da morte da Opção Salvador, Abu Graib, tortura e prisões em massa, o país destruído, uma “constituição” escrita pela CIA e um governo fantoche e corrupto até os cueiros. Ou a invasão do Afeganistão em 2001, Bagram, Guantánamo e as prisões secretas da CIA?
Ou do bombardeio de 78 dias da Otan, no governo Clinton, para terminar o esquartejamento da Iugoslávia, que matou cinco mil civis, fora as dezenas de milhares de vítimas na guerra civil financiada e organizada pelos EUA e Alemanha, para separar da Iugoslávia a Croácia, a Bósnia, a Eslovênia, a Macedônia e, afinal, Montenegro e Kosovo. Ou o “meio milhão de crianças mortas pelo bloqueio ao Iraque” sob o governo Clinton, que conforme confessou na CNN a então secretária de Estado Madame Albright, “valeu a pena”.
E para não falar dos milhões de mortos previamente nas invasões do Vietnã e da Coreia, ou nos muitos golpes que a CIA promoveu, como na Indonésia, Guatemala, Chile, Argentina, El Salvador, Nicarágua, Congo e tantos outros. Ou dos mortos em Hiroxima e Nagazaki, vaporizados por bombas atômicas. Perto de Obama e seus predecessores, no “Estado Islâmico” só há aprendizes.
Aliás, o fundamentalismo “islâmico” só existe porque foi cevado pela CIA e Pentágono, desde a operação Ciclone, contra a revolução popular no Afeganistão nos anos 1980, em que fundiram os fanáticos wahabitas e os petrodólares da Arábia Saudita, mais os senhores de guerra que cultivavam papoula, traficantes, para dar combate aos “comunistas”.
É certo que, em alguns momentos, a CIA perdeu o controle sobre suas criaturas, como a Al Qaeda, mas sempre voltou a elas quando “útil”, como contra a Líbia e a Síria. Não havia Al Qaeda nem Estado Islâmico na Síria. Foram trazidos pelos esforços concentrados dos EUA, Arábia Saudita, Qatar e Turquia, operação da CIA que inclusive teve como efeito colateral a morte do enviado especial para a Líbia, embaixador Christopher Stevens.
Assim, não há qualquer combate sério ao “terrorismo” que possa ser encabeçado por terroristas como Obama e seus títeres. A apresentação, por Obama, de sua “coalizão dos que têm vontade” como suposta retomada da ação internacional multilateral, não passa de um deboche da lei internacional e da Carta da ONU. Ele chegou à Assembleia Geral com o crime de guerra de agressão, o mais grave, segundo Nuremberg, consumado.
E que “multilateralismo” pode existir, quando o presidente dos EUA atribui a seu país a condição de “nação excepcional” acima de todos os demais povos, noção racista e nazista, com “destino divino” de “liderar”, e que pode bombardear quem quiser, sancionar quem quiser, montar golpes de estado e crises nos países alheios sempre que lhe der “vontade” ou estiver em jogo “seus interesses”, isto é, da plutocracia e do Pentágono.
MUNDO SOB A MIRA
E é esse tipo de gente que pretende acusar a Rússia de praticar uma política externa de “o poderio faz a razão” – logo os EUA, com suas 1.000 bases no exterior, com milhares de ogivas nucleares, e que mantém sob ocupação de tropas países do porte da Alemanha, Japão, Coreia, Inglaterra, Itália e Bélgica. E cuja estratégia militar em desenvolvimento visa tornar capaz de atacar qualquer país, em qualquer canto do mundo, em 1 hora, e que está tentando completar cerco militar à Rússia, inclusive nuclear, e à China.
Obama também mente descaradamente quando disse, no discurso na ONU, que os antifascistas do Donbass “impediram por dias” que as equipes de investigação chegassem ao local da queda do vôo MH17 da Malasia Airlines. Mentira ainda mais sem vergonha quando até hoje o Pentágono não divulgou as fotos do seu satélite que estava sobre o Donbass coincidentemente – como informou a Defesa russa - na hora da derrubada do avião. Para não soar absolutamente lunático, Obama inseriu uma admissão de que “há problemas” nos EUA, citando o assassinato em Ferguson de um garoto negro desarmado e com as mãos para o alto. Mas não por se importar com o garoto negro: simplesmente por marketagem.

 

ANTONIO PIMENTA
http://www.horadopovo.com.br/

Nenhum comentário: