Em mensagem dirigida aos povos irmãos e às forças progressistas do mundo inteiro, o Secretariado Nacional da Coordenação Central de Apoio à Insurreição Iraquiana afirmou, de Bagdá, que “avança o levante nacional para derrubar o fantoche Al Maliki e o regime imposto pela ocupação dos EUA e seus aliados”, após dez duros anos de luta. A Coordenação – um dos muitos organismos que vêm sendo criados pela rebelião popular em curso – denunciou a tentativa deliberada da mídia imperial de abafar “o que está realmente acontecendo no terreno no Iraque” ao reduzir os fatos ao “bicho-papão Isil”.
“A notícia que o nosso povo traz é que vão cair todos esses projetos coloniais e vai prevalecer a unidade e integridade territorial do Iraque”, assinalou a Coordenação, lembrando que a resistência iraquiana à ocupação norte-americana forçou a retirada e fez das forças armadas dos EUA motivo de chacota no mundo inteiro.
O documento reproduzido pelo portal do partido Baas “Dhiqar.net” apontou ainda as tentativas de Obama e seu secretário de Estado Kerry manter, ainda hoje, sua intervenção no país. A Coordenação lembrou que a rebelião foi precedida de manifestações e acampamentos pacíficos, que foram brutalmente reprimidos por Maliki, que optou por uma “guerra total” contra o povo mas, a partir da heróica Faluja, acabou “perdendo o controle das províncias de Anbar, Mossul, Saladino e Diyala”.
“O que está acontecendo hoje em nosso país é uma ampla revolução popular, que tem em suas fileiras os filhos das tribos e é compartilhada por todas as facções da resistência e forças nacionais, que rejeitam a ocupação e o regime e constituição impostos. Assim como o sectarismo, e exigem a restauração da liberdade e da independência nacional, e criação de uma alternativa democrática e pluralista, para a reconstrução do Iraque, sob um ponto de vista civilizado e humano”. E defesa das riquezas nacionais e fim da pilhagem.
O rápido avanço do levante nacional “revela ao mundo a extensão da capacidade de resistência do povo iraquiano ao longo de uma década negra, centenas de milhares de mártires, vítimas e prisioneiros, e milhões de pessoas desabrigadas e refugiadas”. A Coordenação denunciou a tentativa do fantoche Maliki de “insuflar uma guerra civil com dimensão sectária” no Iraque, insensata aventura através da qual busca escapar do fracasso do regime, após a exacerbação da indignação com a pilhagem do país e exclusão, e da desmoralização do parlamento. O órgão classificou o regime Maliki de “ditadura fascista teocrática ligada ao Irã”, “corrupto até a medula”, que ao mesmo tempo busca “implementar os planos dos EUA de dividir o pais em cantões sectários, conforme o plano Biden e o projeto da invasão”.
“As forças revolucionárias não escondem as características do seu programa de libertação: abolição da constituição imposta pela ocupação, cancelamento de todas as decisões e leis injustas desde a ocupação, como a caça às bruxas, desbaasização e dissolução do exército iraquiano. Revogação das leis de exceção e de mobilização sectária. Anistia geral, libertação de todos os prisioneiros e detidos desde a ocupação e justiça para as vítimas e suas famílias. Independência da Justiça. Igualdade de direitos e de oportunidades. Diálogo nacional abrangente, unidade do povo e integridade territorial. Constituição de um governo de transição integrado por todas as forças nacionais, diálogo nacional abrangente e conferência nacional. Eleições democráticas e pluralistas e restauração dos princípios e instituições do Estado iraquiano moderno”.
A.P.
http://www.horadopovo.com.br/
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