sexta-feira, 11 de julho de 2014

Aécio e Ronaldo, oportunistas da Copa!


Por Altamiro Borges

A goleada para a Alemanha e o fim do sonho do hexa no Brasil despertou os piores instintos nos oportunistas de plantão. De imediato, nas redes sociais, os mesmos que apostaram no fiasco da Copa – e foram derrotados no seu complexo de vira-latas – partiram para a vingança e debitaram a triste derrota da seleção na conta do governo. Sobraram xingamentos para Dilma! Entre estes oportunistas, porém, dois se destacaram: Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB, e o ex-jogador Ronaldo, que fez fortuna com os preparativos do evento e depois virou cabo eleitoral do tucano. Ambos tentaram se aproveitar do clima de frustração dos torcedores para ensaiar um discurso político de “mudança”.

Segundo a revista CartaCapital, ainda na fatídica terça-feira, o senador mineiro postou na sua conta no Twitter: “Derrota vexatória. Está na hora de repensar não só a seleção brasileira como o Brasil”. Na tragédia, ele tentou se apresentar como salvador, o homem das mudanças. Num curto espaço de tempo, o cambaleante tucano mudou de posição três vezes. Antes do início dos jogos, ele apostou na desorganização e no caos. Questionou os atrasos nas obras, criticou os gastos “exagerados” e culpou o governo pelo “inevitável” fracasso da Copa. Depois, com o sucesso do evento, ele alterou o seu discurso na maior caradura, como registrou a própria Folha tucana em 7 de julho:           

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Mudança de humor

O presidenciável Aécio Neves decidiu adotar um tom mais cauteloso sobre a Copa para não ficar na contramão do noticiário predominantemente positivo do evento. Pesquisas internas mostraram que a organização do torneio é bem avaliada e está ajudando Dilma Rousseff a se recuperar na eleição. A um mês da Copa, Aécio criticava atrasos em obras de infraestrutura. Ontem, no primeiro dia oficial de campanha, mudou o tom e disse que o governo tenta se ‘apropriar’ do evento.
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O senador mineiro até foi ao Mineirão no jogo Brasil X Alemanha, mas saiu antes do final da partida – o que é considerado um gesto de traição pelas torcidas mais fanáticas. E saiu atirando. Abandonou seu “tom mais cauteloso” para atacar a presidenta Dilma, como se ela fosse técnica da seleção. Nesta quinta-feira (10), num comício em Vila Velha (ES), ele voltou a criticar a sua adversária. “Parecia até que ela era a artilheira da seleção”, ironizou. E voltou a esbanjar cinismo ao afirmar que o governo é que tentou “se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros... Todos nós estamos tristes com o resultado. Estive lá, como torcedor, no Mineirão, atônito com aquele resultado, mas nunca misturei as coisas".

Pior do que o oportunismo de Aécio Neves foi a atitude rancorosa do seu coordenador de campanha na internet, Xico Graziano. Logo após a trágica goleada, ele gozou nas redes sociais. “Lula e Dilma se ferraram. Muda Brasil”. Mas ele não conta, não cheira nem fede – só rosna e promove baixarias! O outro que se destacou no oportunismo foi o ex-jogador Ronaldo, o gaguejante comentarista da Rede Globo. Ela já havia se tornado um “fenômeno” antes da jogo no Mineirão. Como membro do Comitê Organizador Local (COL), ele nunca fez qualquer ressalva à organização do evento e virou estrela em inúmeros comerciais, engordando (não é maldade!) ainda mais a sua bilionária conta bancária.  

Na semana que antecedeu a abertura dos jogos, em pleno “Domingão do Faustão”, ele surpreendeu todo mundo ao dizer que sentia “vergonha” do Brasil. Dias depois, anunciou que seria um militante da campanha de Aécio Neves, seu amigo de tantas farras. Na sequência, com a alegria nas ruas e um protesto em frente a sua residência, ele mudou radicalmente de posição. Disse que a Copa era um “sucesso”. Na terça-feira, com a goleada, ele teve nova recaída e resolveu posar de intelectual. Em sua conta no Instagram, ele comparou o placar do jogo ao número de prêmios Nobel conquistados por brasileiros e alemães: "Alemanha 102 x 0 Brasil. E você acha que 7 x 1 foi goleada?".

Como cabo eleitoral do PSDB, o ex-craque devia perguntar aos seus companheiros de partido quantas universidades FHC construiu no Brasil ou sobre a goleada do desemprego em seu triste reinado! Haja oportunismo!

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