ANTES DA REVOLUÇÃO ARMADA DE 1930, NA REPÚBLICA VELHA.
O trabalhador urbano e rural não tinha qualquer amparo social. Os salários não eram regidos senão pela voracidade dos patrões. As condições de trabalho não conheciam direitos os assalariados. Não havia estabilidade de emprego, nem horários de serviço, nem aposentadoria, nem férias, nem garantias de espécie alguma."
"Antes de qualquer outro estadista do mundo, compreendeu Getúlio que as nações estavam dividas em nações imperialistas e nações coloniais. As contingências históricas já não configuravam mais este imperialismo e este colonialismo em termos políticos, nos a quadros da epopeia das conquistas do seculo XVI nem nos quadros vitorianos, de vassalagem das cidadanias. Em nossos tempos, a predominância romântica dos direitos políticos cedeu lugar aos realismo dos direitos sociais, vinculado a imperativos econômicos.
Ao imperialismo da Inglaterra ou de França, pouco interessava que a bandeira de sua majestade ou flâmula tricolos ondulasse sobre os mastros de prepostos de e vi-reis na Ásia ou na África. O que importa, hoje, para as metrópoles imperialistas, não é o direito politico sobre as terras e os povos, mas os direitos econômicos. É mais cômodo e mais rendoso submeter povos inteiros ao arbítrio dos grandes banqueiros e dos grandes industriais, do que às ordens de pro cônsules. Além do mais, o instinto sentimental dos povos consegue sempre proclamar com muito mais facilidade a independência politica de suas pátrias, do que a independência econômico."
A constatação desta realidade, Getúlio Vargas, a encontrava palpável nesta parte do hemisfério, onde repúblicas da América Latina haviam conquistado, há um século, a independência politica, mas continuavam na esta zero, em matéria de independência econômica. A formação nacional dos países latinos do Continente coincidiu com a construção do mais colossal império econômico da história da humanidade, que se erguera nos EUA.
Trecho do Livro: Vargas, Aço, Petróleo e Urânio
de Leon Josefsohn
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