sexta-feira, 21 de junho de 2013

Provocadores se infiltram e depredam prefeitura de SP, lojas e equipamentos


As manifestações ocorridas nos últimos dias em São Paulo e em várias outras cidades brasileiras mobilizaram dezenas de milhares de pessoas que exigiam a redução das passagens de ônibus e do metrô e a melhoria nos transportes públicos. Mas, como ficou evidente nos episódios de violência e depredação ocorridos na sede da Prefeitura de São Paulo na noite de terça-feira, houve uma clara infiltração de elementos fascistas que atropelaram totalmente os organizadores do movimento, barbarizaram o prédio sede da prefeitura e levou o caos e a baderna ao comércio do centro da cidade.
O comportamento completamente alucinado dessas pessoas destoava do conjunto dos manifestantes. Enquanto a maioria esmagadora das pessoas se dirigiu pacificamente para a avenida Paulista, eles se lançaram numa violenta tentativa de invadir a sede do executivo municipal. Depredaram o prédio, arrancaram as bandeiras da capital e do estado e incendiaram a bandeira do Brasil aos berros de "foda-se o Brasil". O repórter Rodrigo Viana, da Rede Record, descreveu em seu blog "Escrevinhador" parte do que viu da ação dos elementos mascarados. "De repente, o grupo dos mascarados se exalta e avança sobre os portões da Prefeitura. Voam pedras, arrancadas do calçamento do centro antigo. Pedras portuguesas. Jovens mascarados arremetem contra os homens da Guarda Civil Metropolitana. Um deles usa camiseta branca justa, bota em estilo militar e age com a volúpia típica dos provocadores que conhecíamos tão bem nos anos 80", relata o jornalista.
Pouco depois eles incendiariam o carro da rede Record que estava estacionado no local. Alguns, segundo Viana, picharam as paredes da Prefeitura. "A turma mais moderada grita: ‘sem vandalismo’. Os mascarados devolvem: ‘sem moralismo’. Um rapaz passa a meu lado, diz Viana, e grita: "vamos quebrar tudo". "Um outro grupo segura a bandeira brasileira e queima. Um rapaz, depois identificado como Pierre Ramon, estudante de arquitetura de uma faculdade particular, grita: "foda-se o Brasil, Nacionalismo é coisa de imbecil". Notícias posteriores, divulgadas pela "Folha de S. Paulo", dariam conta de que o tal sujeito é filho de um empresário da área de transporte. Segundo a "Folha", Pierre Ramon Alves de Oliveira foi liberado pela polícia após depor e tirou uma de bom moço, chorou ao depor e disse que pagará pelos prejuízos. "Quem nunca errou na vida que atire a primeira pedra", declarou Ramon, que usava uma máscara antigás.
De acordo com o delegado do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), Antônio de Olim, o elemento insuflou os manifestantes a apedrejar a prefeitura: "Ele é arrogante. Estava na manifestação, todo fortinho, lutador de jiu-jitsu. Achou que era o dia dele e começou a quebrar tudo". O delegado relatou que ele feriu guardas civis metropolitanos.
Pouco depois do início do tumulto, o repórter da Rede Record se aproximou mais ainda do grupo mascarado e descreveu o que viu e ouviu. "Ao meu lado, um garoto grita "Fora, petralhada", e "Fora, Dilma". Rodrigo Viana procura saber quem é: "Sou do grupo Mudança Já, que luta por menos impostos e uma gestão eficiente". "Esse não parece da periferia. Pelo papo e pelas roupas", conclui. De fato, o garoto mora no Jabaquara – bairro de classe média. O menino fala mal do MPL – Movimento Passe Livre, que puxou as manifestações desde o início. "Esses não me representam, são agitadores e falam com jeito de comunista", diz o entrevistado.
Ou seja, o relato de Viana e as imagens mostradas pela TV revelaram nitidamente que sujeitos mascarados, com ações violentas e claramente fascistas - e com discursos conhecidos da velha direita tucano/entreguista - se infiltraram nas manifestações para manipular o movimento. E, como se viu fartamente, os responsáveis pela convocação do protesto não tiveram o menor controle sobre a situação. No Rio as cenas de violência dos provocadores também se repetiram. A secretária-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE), Yara Cassano, denunciou a atuação de algumas dessas pessoas nas passeatas que, segundo ela, "destilavam ódio contra o Brasil e hostilizavam as entidades e os partidos políticos". "Esse discurso contra o Brasil, os partidos e as entidades é coisa de fascistas. Nós vamos continuar a nossa luta e isolar esses setores retrógrados", garantiu a líder dos estudantes.
Por sua vez, a afirmação feita em sentido oposto, por um dos responsáveis pela convocação do ato em São Paulo, Lucas Oliveira, conhecido por "Legume", de que a violência dos mascarados ocorrida na terça-feira "teria sido causada pela demora de Alckmin e Haddad em suspender o aumento das tarifas", foi de uma irresponsabilidade sem tamanho. Ao contrário do que alegou o integrante do movimento, o que ficou evidente é que os mascarados não esperavam e não queriam solução nenhuma. Pretendiam na verdade era produzir um caos e, com isso, retardar e impedir qualquer resolução do problema das tarifas. O objetivo político dessa gente, com sua violência fascista, não tinha nada a ver com a redução das tarifas.
Também a nota do MPL (Movimento Passe Livre), divulgada na quarta-feira, ao ter se eximido de criticar os atos de violência ocorridos na noite anterior, só confirmou o que parecia (Até o fechamento desta edição, quinta-feira 11 horas, não houve condenação por parte dos líderes do MPL). Ou seja, que o movimento não teve o menor controle da situação e, oportunisticamente, procurou tirar proveito da situação de violência criada pelos provocadores.

Tem, portanto, razão a diretora da UNE ao denunciar os mascarados provocadores. Sabemos muito bem o que esperar de gente desse tipo que ataca os partidos em geral - para ocultar a sua preferência - e queima a bandeira brasileira aos gritos de "foda-se o Brasil, nacionalismo é coisa de imbecil". Esse é o mesmo tipo de gente que ateou fogo no Reichstag em 1933 para depois proibir todos os partidos políticos menos o que foi responsável pelo incêndio.

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