quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Infraero terá aporte recorde para obras nos aeroportos privatizados



No Orçamento encaminhado pelo governo ao Congresso, há uma previsão de injeção recorde de R$ 1,7 bilhão do Tesouro Nacional na Infraero, principalmente para realização de obras nos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Do total, R$ 300 milhões deverão ser usados para a estatal fazer aporte de capital nos consórcios que venceram os leilões de privatização dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e Brasília (JK). A lnfraero tem 49% de participação nessas sociedades, apesar de não poder de dar palpite em suas gestões.
De acordo com a própria estatal, a privatização redundou em perda de capacidade de investimentos, uma vez que quase 40% do total das receitas da Infraero eram provenientes desses aeroportos. E o governo ainda insiste em privatizar os aeroportos do Rio de Janeiro (Galeão) e Belo Horizonte (Confins), que completam – juntos com os aeroportos citados - o filé mignon do setor.
O modelo de privatização estipula que a Infraero deve fazer aportes para investimentos, principalmente no início da gestão privada. Caso contrário, terá reduzida sua participação nas sociedades.
Nas sedes da Copa, estima-se que serão necessários R$ 2,3 bilhões em obras nos aeroportos.
A Infraero sempre foi reconhecida internacionalmente pela sua competência na operação da infraestrutura aeroportuária. Parte das receitas dos aeroportos mais rentáveis, além dos investimentos neles próprios, era utilizada nos aeroportos de menor renda.
A privatização é um equívoco em todos os sentidos, como a da segurança nacional. Em cerca de dez meses mostrou a debilidade do ponto de vista econômico, obrigando o Tesouro Nacional a injetar recursos na Infraero para viabilizar a ampliação de aeroportos – e também nos de menor porte, administrados por estados e municípios.
E para não se dizer que a modernidade não chegou com a privatização, desde o último dia 15 o Aeroporto de Guarulhos está sendo administrado pelo consórcio Invepar – que tem como operadora a estatal sul-africana Airports Company South Africa (ACSA), com experiência infinitamente inferior a da Infraero -, que tomou sua primeira providência: rebatizou o nome do aeroporto para GRU Airport. “Encontramos uma marca conhecida, devido à sigla da Iata, e fácil de ser pronunciada pelo turista estrangeiro: a abreviatura GRU. Escolhemos o nome em inglês, airport, por se tratar um aeroporto internacional”, disse o presidente da concessionária, Antonio Miguel Marques.
A operadora do aeroporto de Brasília é a Corporación América, da Argentina. Se a moda pega, talvez em breve tenhamos o BSB Aeropuerto.
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