quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Funcionária de “Veja” é convidada para vaga no Ministério da Educação


Após uma saída repentina do secretário de Educação Básica, César Callegari, do cargo, o ministro da Educação Aloizio Mercadante, convidou a atual secretária de Educação da cidade do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, para assumir a pasta. Ela prontamente aceitou ocupar a vaga de Callegari, que estava no cargo desde janeiro deste ano.

O passado da senhora Costin parece não ter sido um impedimento para a realização do convite. Dentre as suas ocupações anteriores constam algumas que chamaram a atenção: Cláudia é ex-ministra da Administração e Reforma do Estado do período FHC.
Ela foi responsável pela “reforma” que demitiu ao menos 500 mil servidores públicos federais. Ou seja, esteve à frente da implementação da política tucana de enxugamento do Estado brasileiro que por muito pouco não arruinou o país. Vale lembrar que, felizmente, o desmonte foi barrado graças a eleição do presidente Lula, em 2002.
Mais tarde, destaca-se ainda a sua atuação no setor privado, mais especificamente no ramo de comunicação. A senhora Costin foi vice-presidente da Fundação Victor Civita, braço “educacional” do Grupo Abril, proprietário da imparcial revista “Veja”.
Cláudia Costin ocupou ainda a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério de Previdência Social e a Secretaria de Estado da Cultura do governo do Estado de São Paulo, durante o governo Alckmin.
Experiência internacional: foi gerente do Banco Mundial para a América Latina na área de Setor Público e Combate à Pobreza, além de conselheira do Instituto Ecofuturo, da TNC (The Nature Conservancy) e do Conselho Internacional de Sustentabilidade da Dow Chemical.
Na frente da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Costin teve destaque pela realização de parcerias com institutos educacionais privados, transferindo a gestão de cada vez mais recursos a elas. Não por acaso, a revista “Veja”, em sua edição regional para o Rio, a “Veja Rio”, rasgou elogios ao sistema de educação das escolas cariocas.
A notícia da escolha de Costin para o cargo deixou dezenas de especialistas da área de Educação preocupados. Segundo o Jornal do Brasil, um manifesto em repúdio ao nome de Costin está sendo articulado.
Assinado por diferentes profissionais da educação, o manifesto questiona a indicação da senhora Costin alegando que “suas posições sobre a Educação Infantil são em tudo conhecidas e nefastas ao futuro da área”.
ANDRÉ SANTANA
http://www.horadopovo.com.br/

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