sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A RETIRADA "SEM VITÓRIA" E O RASTRO DE HULAGU DEIXADO PELOS EUA NO IRAQUE

A retirada “sem vitória” dos EUA, como admitiu o presidente Obama, deixa no Iraque um rastro a Hulagu, o bárbaro mongol que no século XIII devastou Bagdá.

Após a revolução de 1968 e a nacionalização do petróleo, o Iraque havia se transformado no país mais desenvolvido social e tecnologicamente do Oriente Médio. Não será a primeira vez que o Iraque terá de renascer das cinzas.

Um milhão de civis mortos, segundo investigação realizada pela mais tradicional revista médica do mundo, a “Lancet”. Dois milhões de exilados no exterior, e outros dois milhões de refugiados internos. Escolas e universidades sucateadas. Usinas de geração de energia elétrica em destroços, com as casas só recebendo eletricidade poucas horas por dia; o sistema hospitalar público, antes o mais avançado da região, agora está em ruínas, assim como o tratamento de água. O desemprego é astronômico.

A unidade do país encontra-se sob ameaça do sectarismo religioso e do separatismo. Os direitos da mulher retrocederam décadas. O Museu Nacional e seus tesouros foram saqueados. O exército foi banido e substituído por uma turba de lacaios. Petroleiras estrangeiras continuam buscando obter do governo fantoche contratos de pilhagem do petróleo iraquiano.

O presidente do Iraque, Sadam Hussein, foi executado após tribunal-farsa; e seu partido, o Baas, o principal do país, está na clandestinidade. A invasão rasgou a constituição e manietou os tribunais. Patriotas da Resistência e líderes do governo legítimo foram perseguidos, presos e torturados.

A maior parte dos cristãos iraquianos – cuja importância no país pode ser traduzida pelo papel de Tariq Aziz no governo iraquiano – foi forçada a se exilar. Mas, como salientou a mensagem do Baas, o anúncio da derrota dos EUA prenuncia “o colapso dos fantoches” e a “instauração de um governo popular e democrático da Jihad e salvação nacional, com todas as forças que combatem os invasores e os separatismos.

A.P.


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