sexta-feira, 3 de setembro de 2010

TROPAS DE COMBATE DOS EUA BATEM EM RETIRADA DO IRAQUE.

O que era para ser, na insânia dos gângsteres de Washington, um passeio, com tropas recebidas “com flores”, e o petróleo do Iraque pagando a conta da invasão, tornou-se um pesadelo para EUA

Em anúncio feito pelo presidente Obama direto do salão Oval da Casa Branca, os EUA comunicaram na terça-feira dia 31 ter concluído a retirada de suas “tropas de combate” do Iraque, com os soldados restantes – seis brigadas – passando principalmente a se dedicar ao “treinamento” e “assistência” das tropas fantoches, e com data já marcada de saída, final de 2011.

Em Bagdá, discreta cerimônia juntou no QG da invasão o secretário do Pentágono Robert Gates, o vice Joe Binden e generais marcados pelo fracasso no Iraque. “O anúncio dos EUA de sua fragorosa derrota no Iraque é o início do colapso dos seus fantoches e o raiar da alvorada da libertação”, afirmou na capital iraquiana o Partido Baas, esteio da Resistência, festejando a fuga e convocando o povo a apertar o garrote sobre os invasores que sobraram e os lacaios. O Pentágono chamou de “Nova Alvorada” sua recém batizada operação no Iraque.

Na semana passada, uma onda de ataques coordenados da Resistência, de sul a norte do país, e capital, que abateu três centenas de lacaios, foi sintomático do que está pela frente. Diante da debandada dos ianques, um general lacaio se lamuriou em público de que suas “tropas” não estariam “preparadas” tão cedo para enfrentar a Resistência – quem sabe... 2020!

“SEM FLORES”

O que era para ser, na insânia dos gângsteres de Washington e Wall Street, um passeio, com tropas recebidas “com flores”, e o Iraque pagando a conta da invasão com o próprio petróleo, se transformou um pesadelo. Nas contas do ex-presidente do Banco Mundial, e ganhador do Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, o custo da guerra ao Iraque (mais o Afeganistão, que só recentemente se tornou um peso), está atingindo o píncaro de US$ 3 trilhões.

Os EUA vergaram sob despesas estéreis dessa monta, o cassino implodiu e o país foi à lona, e vive a mais grave crise econômica desde a Depressão de 1930. Aliás, o que vem sendo discutido nos EUA nos últimos dias é exatamente que a “recuperação” se esboroou, e se o “Duplo Mergulho” chegou, ou está chegando, ou se o nome do desastre é “Depressão” e deflação.

A invasão do Iraque foi, desde o início, uma guerra de bandidos, para assaltar as segundas maiores reservas de petróleo do mundo e colocá-las à disposição da Exxon, Chevron, Shell, BP e bancos dos EUA. Casa Branca, Pentágono e CIA fabricaram mentiras em escala industrial contra o Iraque e o governo de Sadam Hussein. E isso só funcionou como estopim da agressão porque os principais jornais, revistas e cadeias de televisão dos EUA, davam repercussão dia e noite. “Armas de destruição em massa”, “Al Qaeda”, “urânio do Níger”, e até o tubinho de “antraz” do então secretário de Estado Colin Powell. Fraudes, mentiras, tudo inexistente.

Se era possível alguém ainda ter dúvida sobre se a invasão era pelo petróleo, o Pentágono cuidou de esclarecer logo na primeira semana. Quando Bagdá inteira era saqueada, inclusive o Museu Nacional e seus tesouros arqueológicos, milenares, só o Ministério do Petróleo recebia proteção das tropas dos EUA. Mas a Resistência organizou uma campanha de ações que impediu que a pilhagem e exportação do petróleo – ainda hoje a produção é inferior aos níveis pré guerra. Até agora, as petroleiras estrangeiras tentam botar a mão nos campos de petróleo, enquanto a Resistência adverte que eventuais contratos não terão valor algum.

OFENSIVA DE 2004

A Resistência angariou simpatia no mundo inteiro, com seu obstinado combate aos invasores. Realizou a ofensiva de 2004, que pegou de surpresa o invasor em Bagdá, Mossul, Basra, Tikrit, Ramadi, Faluja e Kut. O Pentágono segurou o repuxo com armas proibidas e assassinatos em masssa. Montou com colaboracionistas pró Irã um “governo” fantoche, insuflou a divisão e o sectarismo étnico, organizou atentados e, diariamente, junto com a CIA, forneceu listas de nomes aos esquadrões da morte criados. Forjou eleições sob ocupação, e chamou o general David Petraeus para remendar a “contra-insurgência” com mais chacinas e suborno.

O escândalo das torturas e sevícias sexuais em Abu Graib e os inúmeros crimes de guerra contra civis isolaram os EUA no mundo todo, com W. Bush visto como um maníaco. As milhares de baixas impulsionaram um forte movimento nos EUA pela retirada das tropas. Enquanto isso, um após o outro, os aliados de Washington na invasão tiveram de bater em retirada, por sua situação ter se tornado insustentável, internamente a cada país, e no campo de batalha no Iraque. Agora, são os EUA – e se não conseguiram com 150 mil soldados e outro tanto de mercenários, não serão 50 mil “conselheiros” que darão conta. Desde junho do ano passado, o exército ianque havia retrocedido para bases fora das cidades. Segundo o Partido Baas, a Resistência infligiu 33 mil mortos e 250 mil mutilados e feridos nos sete anos e meio de combate. Cinco meses após as “eleições” de março, Nuri Al Maliki virou primeiro-fantoche interino, pois seu mandato acabou, mas os colaboracionistas não se entendem sobre como formar um “governo”.

ANTONIO PIMENTA

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