quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O PTC e os intelectuais
KIM IL SUNG
Na época da libertação, em nosso país não havia nenhuma universidade e os graduados do instituto técnico se reduziam a 12. Naquele período, apenas 1 de cada 700 mil habitantes era intelectual. Em 1946 começamos a levantar a universidade e a formar especialistas, e agora contamos com um grande destacamento de 1 milhão e 660 mil. A proporção que era de 1 para 700 mil, agora é de 1 para 12. Graças ao impulso da revolução cultural, o atual nível cultural de nosso povo é muito alto em escala mundial.
Materializando a Tese sobre a educação socialista, propomos intelectualizar todos os membros da sociedade. Além de dotar todo o povo com a consciência revolucionária da classe operária, atingindo este objetivo é possível edificar com êxito o socialismo e o comunismo. Essa tese é um manuscrito meu; lhes aconselho que a leiam como referência.
Para levar a bom termo a construção de uma nova sociedade os intelectuais são vitais. Quando se combate de armas na mão para tomar o poder, não é um grande problema que existam poucos intelectuais. Basta usar as armas para matar muitos inimigos. Assim, então, é suficiente gravar na bandeira vermelha o martelo e a foice, que simbolizam os operários e os camponeses. Porém, uma vez tomado o poder, quando se empreende a construção de uma nova sociedade, é necessário acrescentar à bandeira vermelha o pincel que representa a intelectualidade. Só se ela existe é possível impulsionar a contento a revolução técnica, indispensável à edificação da nova sociedade.
A intelectualidade é uma importante força motriz da revolução. Imediatamente depois da libertação, quando fundamos o Partido Comunista havia em suas fileiras poucos intelectuais. A maioria dos militantes eram os participantes na Luta Armada Antijaponesa e um reduzido número de pessoas que tinham combatido na clandestinidade.
Tampouco era grande o número de militantes do Partido. Quando o fundamos em 10 de outubro de 1945, chegavam apenas a alguns milhares.
O Partido Democrata, porém, contava com não menos de 460 mil. Seu presidente era um pastor e muitas pessoas tendiam para essa organização. O Partido Neodemocrático, constituído por pessoas vindas de Yanan, na China, também multiplicou com rapidez seus militantes. Um grande número de pessoas se inclinavam ao Partido Democrata ou ao Partido Neodemocrático porque antes da libertação os imperialistas japoneses tinham feito muita propaganda mentirosa contra o comunismo.
Difundiam o boato de que os comunistas compartilhavam as esposas, sem distinção da tua e da minha; compartilhavam a comida da mesma panela, e assim por diante. Como conseqüência disso, depois da libertação muitas pessoas não reconheciam como verdadeiras as palavras dos comunistas.
Naquela época, também havia operários que desejavam ingressar no Partido Democrata e não no Partido Comunista. Assim, então, pensei que com um reduzido número de comunistas não podia construir uma nova sociedade. E decidi reorganizar o Partido Comunista como Partido do Trabalho, para que absorvesse numerosos camponeses e intelectuais.
Em agosto de 1946 criamos o Partido do Trabalho, unindo o Partido Comunista e o Partido Neodemocrático. E admitimos nele a um grande número de camponeses e intelectuais educados na luta pela realização da reforma agrária e demais transformações democráticas.
O resultado foi que o número de militantes chegou a 450 mil num curto espaço de tempo.
Quando fundamos o Partido do Trabalho, propus gravar em sua insígnia o pincel que simboliza a intelectualidade, além do martelo e a foice, que representam os operários e os camponeses, respectivamente.
Trecho extraído da “Conversa com a delegação do Movimento 26 de Março”, do Uruguai, em 20 de fevereiro de 1993. Publicado no volume 44 das Obras Completas.

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