quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Amorim denuncia ganância e arbitrariedade da Merck
“É um obstáculo ao comércio, em que a ganância toma o lugar de vidas humanas, é uma coisa muito, muito grave. Foi um gesto unilateral, arbitrário e muito difícil de entender”, afirmou em Davos, Suíça, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre a retenção de uma carga do medicamento genérico Losartan no porto de Roterdã, na Holanda, no final de janeiro. O medicamento, produzido na Índia, havia sido importado pela farmacêutica nacional EMS.
A carga de Losartan - medicamento destinado à hipertensão - foi retida na Holanda a pedido da Merck Sharp & Dohme. A transnacional detém a patente do medicamento no país europeu, porém, tanto no Brasil como na Índia, a patente não é reconhecida e o produto pode ser importado livremente, dentro da legislação sanitária aplicável.
“O que ocorreu é um absurdo total, as alfândegas exerceram um poder de polícia para o qual não estão tituladas, tentaram legitimar isso na OMS (Organização Mundial de Saúde) e não conseguiram, fizeram unilateralmente. É um lamentável exemplo não só para o comércio internacional, mas para a solidariedade mundial. (Os produtos retidos) eram remédios”, completou o ministro.

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