quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Da ajuda do Erário a Wall Street, executivos embolsam US$ 18,4 bilhões em bônus
Em meio ao colapso dos bancos nos EUA e ao bail out de US$ 350 bilhões com dinheiro público, banqueiros de Wall Street se regalaram com US$ 18,4 bilhões em bônus de fim de ano, a quarta maior premiação já havida, de acordo com o Controlador [Fiscal-Geral] do estado de Nova Iorque, Thomas diNapoli. O valor pode ser ainda mais alto, já que não inclui possíveis bonificações em ações. Ainda segundo diNapoli, é preciso investigar se foi dinheiro público também para pagamento de dividendos, jatos executivos e outras benesses.
O presidente Barack Obama, em declaração após encontro com seu Secretário do Tesouro Timothy Geithner, considerou o mimo de US$ 18,4 bilhões o “cúmulo da irresponsabilidade” e “vergonhoso”, mas não chegou ainda a exigir a devolução aos cofres públicos. “O mesmo montante de bônus que eles se deram em 2004”, registrou Obama, notando que isso ocorre “em um tempo em que a maioria dessas instituições está à beira do colapso e pedindo aos contribuintes para ajudar a sustentá-las, e quando os próprios contribuintes se acham na difícil posição de que se não derem ajuda o sistema inteiro poderá desabar sobre as nossas cabeças”.
“Isso deixa o povo americano enfurecido”, observou o presidente do Comitê Bancário do Senado, Christopher Dodd, e que, como um dos principais articuladores do dinheiroduto para Wall Street, compreende o vespeiro em que mexeram. Ele ameaçou convocar os banqueiros “perante o Comitê” para saber se foi usado dinheiro público “direta ou indiretamente”. O que, tendo em vista a bancarrota em curso, e a avalanche de dinheiro público para os bancos arrombados, nem deve ser assim tão difícil de descobrir.
Na sua condenação, Obama voltou a pedir aos banqueiros para mostrarem “algum refreamento”, “algum senso de responsabilidade”. “O povo americano entende que estamos metidos num grande buraco e que precisamos sair dele – mas não gostam da idéia de que tem gente cavando um buraco maior mesmo enquanto pedem ao povo para enchê-lo”.

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