quarta-feira, 12 de agosto de 2015


Vamos refletir sobre a vida conjugal como fonte de felicidade para a família. O casal que experimenta o amor de Deus começa um caminho único de busca de união com Ele pela sua Palavra, pela oração e pela vivência cotidiana do amor, cerne de toda a Lei que Jesus veio aperfeiçoar.


Não se tem dúvida de que a vida a dois comporta grandes desafios! Mas também grandes lutas e conquistas se permearmos nossa relação na proposta do Evangelho.

O casal deve construir juntos um relacionamento de grande amizade. Todos nós certamente já experimentamos o que seja uma grande amizade. Relembremos um pouco:

– o amigo aceita o outro como é;
– o amigo é confiável e confia;
– o amigo ajuda e cuida;
– o amigo perdoa;
– o amigo é sincero;
– o amigo respeita;
– o amigo pede perdão quando “pisa na bola” e emenda-se para que a amizade se renove e solidifique mais;
– o amigo compreende e compartilha a dor do outro;
– o amigo procura não sufocar o outro;
– o amigo compartilha seus dons;
– o amigo está presente nas alegrias e também nas dores.

Bem, se a amizade autêntica funciona assim, quanto mais deve ser a relação do casal, que pelo Sacramento do matrimônio se tornam uma só carne!

Tornar-se uma só carne é aprender a colocar-se no lugar do outro; olhar as situações também a partir da perspectiva do outro. É desenvolver a empatia. Ninguém maltrata a sua própria carne, como nos orienta a Palavra. É cuidar do outro como deve cuidar de si.

O prazer é um dom de Deus e é oferecido a nós por Ele de diversas formas: a arte, em suas diversas expressões – a música, a pintura, a escultura, a dança, entre outras –; a natureza, com suas inúmeras paisagens que extasiam o nosso olhar; o carinho e afeto gratuitos e desinteressados; uma saborosa comida; o prazer sexual; uma boa noite de sono, enfim, são tantos! E se forem vividos adequadamente são fonte de alegria e fraternidade.

Quando falamos do prazer sexual, sabemos que é um dom de Deus para o casal que se ama e se une no Sacramento do matrimônio. Esse dom é fonte de unidade, comunhão e alegria, quando vivido na plenitude do dom de si ao outro. Dom de si que cresce antes e para além do ato conjugal, o qual se torna o coroamento desta mútua entrega cotidiana.

O ato conjugal que é usado como instrumento para manipulações – chantagens, punições, etc. – e outras atitudes centralizadoras, como a busca individualista do próprio prazer, tem como fruto frustração, vazio, fechamento, divisão, ciúmes, julgamentos, etc. Desse contexto surgem os mecanismos de compensação prazerosa que o casal começa a buscar – ativismo, gulodices, e outros apetites.

Ao contrário, quando o ato conjugal é construído a partir de um cotidiano permeado de gestos de amor mútuo, tais como: diálogo, respeito, divisão de tarefas em casa, cuidado, atenção, afeto, enfim, presença como dom de si, colhe-se frutos de alegria autêntica, os fardos se tornam leves, os filhos são seguros e felizes. É a confirmação prática das palavras de Jesus:

“Vinde a mim vós que estais cansados sob o peso de vossos fardos e Eu vos aliviarei… Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas” (Mt 11,28-29).

O repouso da busca desenfreada do prazer; da luta desenfreada de prevalecer; da luta desenfreada do individualismo, da dominação, da manipulação e da posse; do desgaste das discussões, brigas, ressentimentos; do ativismo profissional; enfim, do egocentrismo, do orgulho e do egoísmo.

O mais interessante é que este repouso não é conquistado sem lutas, sem desafios. Porém, os resultados são infinitamente maiores do que o esforço, já que este pode contar com a potente graça de Deus.

http://www.aleteia.org/

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