terça-feira, 4 de agosto de 2015

Israel: assaltantes de terra incineram bebê palestino


Barbárie foi o momento mais degenerado da limpeza étnica com 120 ataques de ‘colonos’ desde o início do ano diante da complacência do regime de ocupação
Um bebê de 18 meses, Ali Saad Dawabsha, foi incinerado quando assaltantes de terras palestinas (aos quais a mídia israelense chama de ‘colonos’) atearam fogo a sua residência, na aldeia de Duma, em território palestino sob ocupação, na madrugada de 31 de julho.
Sua mãe, Riham, seu pai, Saad e seu irmão Ahmad (de quatro anos de idade) também ficaram gravemente feridos com as queimaduras. A mãe está em condição crítica com queimaduras de terceiro grau cobrindo 90% do corpo; o pai tem queimaduras em 80% do corpo.
Nas paredes da casa incendiada, foi pichada a inscrição “Necamah” (“Vingança” em hebraico) junto com uma estrela de Davi.
Quando nos lembramos dos horrores perpetrados pelos nazistas em sua invasão da União Soviética, onde casas eram incendiadas com seus moradores no interior, ou dos judeus incinerados nos campos de extermínio de Aushwitz, não podemos deixar de nos horrorizarmos quando são nazis judeus aqueles que hoje exercem aos olhos lamentavelmente complacentes da comunidade internacional e do governo de Israel uso dos mesmos métodos bestiais.
Os assassinos, que vivem em um ‘assentamento’ (que é como a mídia se refere aos covis onde vivem os assaltantes de terras palestinas) vizinho também tocaram fogo – desta vez sem fazer vítimas com dano físico – em outra casa, a de Maamoon Dawabsha.
Um dos parentes das famílias atingidas, Musallem Dawabsha declarou: “Vimos quatro ‘colonos’ correndo após os incêncdios. Tentamos detê-los mas eles fugiram e se refugiaram no assentamento próximo de Maale Efrayim”.
Imediatamente uma multidão cercou a casa do bebê e o funeral tornou-se mais uma gigantesca manifestação contra o terrorismo israelense e pelo fim da ocupação da Palestina.
O portavoz do exército israelense, tenente-coronel Peter Lerner, condenou o assassinato dizendo que “este ataque contra civis não é nada menos do que um ato bárbaro de terrorismo”.
Segundo ele as forças armadas israelenses “condenam com veemência este ato deplorável e tem feito todos os esforços para localizar os responsáveis”.
Mas o grupo de direitos humanos israelense, B’Tselem, contestou as lágrimas de crocodilo: “As condenações oficiais ao ataque são retórica vazia na medida em que os dirigentes continuam com a política de evitar o uso da lei sobre israelenses que agridem palestinos e não tratam com o clima público de incitamento que serve de pano de fundo para estes ataques”.
O premiê Netaniahu também chamou o ato de ‘terrorismo’, e tem razão. O que não faz sentido algum é o seu governo abrigar figuras tétricas como Ayelet Shaked que antes de assumir o Ministério da Justiça declarou que os palestinos são “pequenas cobras que devem morrer, suas casas demolidas para não mais abrigar terroristas. São todos nossos inimigos e seu sangue deveria estar em nossas mãos. Isto também se aplica às mães dos terroristas mortos”.
B’Tselem afirma ainda que há uma “políca não declarada das autoridades israelenses de leniência e conciliação pois os perpetradores destes ataques raramente são julgados e investigações policiais as mais elementares quase sempre nem começam. Diante desta condição, o relógio vai contando o tempo até o próximo ataque hediondo, é só esperar”.
Desde o início do ano já foram 120 ataques contr camponeses e trabalhadores dos territórios palestinos ocupados e as forças militares da ocupação, quando não participam ativamente assistem impassíveis à covardia.
Trata-s do projeto sionista dominante em Israel, de limpeza étnica, que hoje faz com que mais de 500 mil ‘colonos’ vivam em terras assaltadas aos palestinos, um território que antes era constituído de terras agricultadas palestinas numa total violação às Convenções de Genebra e aos acordos firmados pelas próprias autoridades israelenses e palestinas, mas chamadas negociações de paz. A Autoridade Nacional Palestina tem destacado que estes assentamentos são o maior obstáculo a qualquer entendimento com o estabelecimento de um Estado Palestino soberano e livre, e o governo israelense sabe disso e por isso mesmo segue construindo mais unidades para moradia exclusiva de judeus em terras arrancadas aos palestinos.
NATHANIEL BRAIA
http://www.horadopovo.com.br/

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