quinta-feira, 14 de junho de 2012

Assessor de Barack Obama para a América Latina, neto dum politiqueiro hondurenho golpista


O funcionário norte-americano Ricardo Zúñiga — neto homônimo dum politiqueiro hondurenho, lembrado por ter apoiado a feroz ditadura militar do coronel Oswaldo López, e nomeado por Barack Obama diretor dos Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos — dirigiu em Havana as operações sujas de subversão e desestabilização da Repartição de Interesses norte-americana (Sina) antes de, agora, supervisioná-las a partir de Washington.

Zúñiga é um vendedor itinerante das ideias mais retrógradas e anticubanas, e substitui no cargo Dan Restrepo, de origem colombiana, que perdeu sua cadeira depois do lamentável show na última Cúpula das Américas, em Colômbia, onde Obama se desprestigiou, tanto por sua incapacidade para enfrentar-se às aspirações de uma América Latina emancipada, como pelas excentricidades lúbricas de seus anjos da guarda.

Zúñiga, que agora se converteu no assessor principal da política norte-americana ante o presidente e seu Conselho de Segurança Nacional, é um norte-americano de origem hondurenha, neto digno do político Ricardo Zúñiga Agustines, o homem forte do Partido Nacional, arquiteto maquiavélico do golpe de Estado para a tomada de poder de Oswaldo López Arrellano, dez dias antes das eleições presidenciais.

ANTICOMUNISTA FEROZ E PARCEIRO DA UNITED FRUIT


Anticomunista doentio, o avô Zúñiga planejou o governo ilegítimo e o controlou totalmente, até o ponto tal que seus donos ianques ficaram nervosos pelo descontentamento que criou nas próprias fileiras do exército hondurenho. O regime instaurado por Zúñiga e liderado pelo inepto Oswaldo López, dedicou-se a fustigar todo aquele que mostrasse algum sinal de esquerdismo.

Zúñiga e seu Partido Nacional, que controlava com mão de ferro, levaram seus parceiros ao delírio de "salvar Honduras do comunismo" com um "regime de terror, ódio e morte", segundo testemunhas da época.

Dessa forma, Oswaldo López foi presidente por primeira vez, em 3 de outubro de 1963, para ficar no poder até 7 de junho de 1971, quando permitiu realizar outras eleições. Mas foi eleito aquele que o incomodava, até que em 4 de dezembro de 1972, voltou a apoderar-se do poder.

Apesar de sua afinidade pela United Fruit, Oswaldo e Zúñiga foram expulsos do poder, em 22 de abril de 1975, por um golpe militar, liderado pelo general Juan Alberto Melgar Castro, depois dum escândalo provocado pelos Estados Unidos e conhecido como o "Bananagate".

Candidato presidencial em 1981, o avô Zúñiga foi parar à lixeira da história.

ZÚÑIGA NETO BATE RECORDE DE INTERVENÇÃO EM HAVANA


Ricardo Zúñiga neto consolidou sua carreira diplomática "durante uma missão dos Estados Unidos em Havana, Cuba, como assessor em direitos humanos", segundo o jornal golpista hondurenho La Prensa.

A realidade é muito diferente e um pouco suja.
Zúñiga trabalhou na Repartição de Interesses de Havana, sob a direção do excêntrico James Cason, que depois foi nomeado embaixador no Paraguai, onde se dedicou a cantar em guarani e agora, é prefeito de Coral Gables, município de Miami onde, recentemente, teve lugar um atentado terrorista contra Cuba.

Em Havana, Zúñiga dirigia o setor da subversão e financiamento de "dissidentes", ligado não só ao Departamento de Estado, mas também à CIA e à máfia terrorista de Miami, e bateu recordes em matéria de intervenção.

Tanto foi seu desrespeito a Cuba, a seu povo e sua soberania, que criou um ambiente de confronto diário, de provocações com as autoridades revolucionárias da Ilha.

Em um comparecimento especial televisionado, em 25 de abril de 2003, o líder cubano Fidel Castro identificou Zúñiga e seu chefe Cason, como principais responsáveis pelo incremento das ações agressivas do governo dos Estados Unidos contra Cuba.

Fidel nomeou vários incidentes onde o dueto Cason-Zúñiga se dedicou a inventar um "partido" de oposição, que tentaria derrubar o governo cubano.
Entre 19 e 25 de janeiro de 2003, informou Fidel, James Cason e Ricardo Zúñiga fizeram um percurso pelas províncias de Las Tunas, Holguín, Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo, para "apoiar" grupelhos pró-norte-americanos.

Nessas visitas perante todo aquele que mostrasse certo descontentamento, Zúñiga se tornou um verdadeiro vendedor itinerante das ideias mais retrógradas e anticubanas, clientela em boa parte constituída por delinqüentes anti-sociais, na busca dum visto para viajarem aos EUA com estada subsidiada.

Aleida Godínez, a agente Vilma dos serviços secretos cubanos, que nesse período esteve infiltrada na chamada "dissidência", lembra "Ricky" Zúñiga: "É o protótipo do ianque, não interessa se é filho de Honduras, contrário à opinião de sua tia Elizabeth "Titã" Zúñiga, que diz que jamais esquece suas raízes. Não tem nada de latino-americano".
Quando terminou sua "missão humanitária" em Cuba, Zúñiga foi honrado por suas façanhas anticomunistas e nomeado funcionário do Gabinete de Cuba do Departamento de Estado, que depois dirigiu, para continuar dando luz verde a suas ideias direitistas.

Finalmente, foi nomeado chefe da seção política da embaixada dos EUA no Brasil — podem adivinhar a que se dedicou — antes desta última promoção na capital imperial, onde sua responsabilidade será assessorar a Casa Branca sobre sua política latino-americana.

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