domingo, 14 de março de 2010

NÚMEROS DO IBGE APONTAM CRESCIMENTO VIGOROSO DO PIB PARA 2010

O resultado do PIB brasileiro em 2009, divulgado nesta quinta-feira (11/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

constatou o recuo de 0,2% ao longo do ano e que o conjunto de riquezas do Brasil, o Produto Interno Bruto, avançou 2% no último trimestre do ano passado. Esse resultado anual reflete o impacto interno causado pela crise global de 2008, mas garante ao Brasil melhor desempenho que inúmeros países desenvolvidos ou em desenvolvimento. O PIB caiu 2,4% nos Estados Unidos; 5% no Japão; 7,9% na Rússia; 2,6% no Canadá; 6,5% no México; 3,3% no Reino Unido; 2,2% na França; 2,7% em Portugal; 3,6% na Espanha e 5,1% na Itália.

A recuperação do país se confirma com as projeções de crescimento em torno de 5% para este e com o resultado de vários setores da economia. Houve vendas recordes da indústria automobilística, geração de emprego e aumento das vendas do comércio entre janeiro e março de 2010, segundo o IBGE. Isto, porque foi notado um crescimento de 6,6% na formação bruta de capital fixo na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.


Na prática, a formação bruta de capital fixo significa que as indústrias retomaram o investimento de suas fábricas para produzir mais e vender mais, o que significa a abertura de novos postos de trabalho além daqueles existentes.


A indústria paulista, por exemplo, registrou salto positivo de 23 mil vagas em fevereiro. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o desempenho de fevereiro foi o melhor da série histórica iniciada em 2006. Em janeiro, 11 mil novos postos de trabalho haviam sido criados. O IBGE constatou que a produção industrial cresceu em 13 das 14 regiões pesquisadas.

Mercado Interno

Ao investir na produção, a partir de setembro de 2009, as indústrias passaram a refletir na vida real a superação da crise, que se materializou na retração econômica como o IBGE apurou. A recuperação da economia brasileira, com as medidas anticíclicas adotadas pelo governo Lula, entre elas o reforço do mercado interno, contribuiu para que as vendas do comércio tivessem crescimento de 10,4% em janeiro deste ano.
 

 
Esse desempenho pode ser explicado pelo aumento de 5,3% na massa salarial dos trabalhadores em relação a janeiro de 2009, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE. O desempenho do comércio varejista cresceu 2,7% ante o mês de dezembro e 12,3% na comparação com igual período do ano passado.
 
Conforme o IBGE, com mais dinheiro no bolso as pessoas consumiram mais nos hipermercados e supermercados, com a compra de alimentos, bebidas e fumo. Nas lojas de departamentos, as pessoas continuaram comprando eletrodomésticos e produtos eletrônicos. A alta foi de 17,7% no volume de vendas em relação a janeiro de 2009 por causa do fim da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).


O setor de material de construção, que havia registrado queda nas vendas, da ordem de 5,9% ano passado, se recuperou pelo terceiro mês consecutivo, com vendas 9,5% maiores na comparação anual.


Crédito e poupança - Se o mercado interno contribuiu para o Brasil sair mais rápido da crise, o aumento do crédito para as pessoas teve peso importante, com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal batendo recordes de volume emprestado. O índice de inadimplência ficou em torno de 6%, segundo o Banco Central. Mas o que chama atenção é o indicador da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apontando que 52,1% dos inadimplentes devem valores abaixo de R$ 100,00. Do total, 29,76% dos consumidores devem até R$ 50,00 e 23,15% têm dívidas de R$ 100,01 a R$ 250,00.


Outro ponto que foi refletido pelo aumento da renda é que as cadernetas de poupança registraram em janeiro e fevereiro sucessivos recordes de captação positiva, ou seja, as pessoas guardaram mais dinheiro do que sacaram para pagar as despesas elevadas de início de ano – um fato atípico. A captação líquida em fevereiro, segundo o Banco Central, foi de R$ 2,327 bilhões, resultado da diferença entre os depósitos de R$ 80,605 bilhões e os saques, de R$ 78,277 bilhões.


Para que o desenvolvimento desse cenário de crescimento seja sustentado com equilíbrio, o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, João Carlos Ferraz, afirmou que se ao longo do tempo o País conseguir melhorar a qualificação da mão-de-obra, as competências das pessoas e a capacidade das empresas, o cenário será ainda mais favorável.


Ao participar nesta semana da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social (CDES), junto com o diretor do BNDES, o economista da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Ricardo Bielschowsky, destacou que o desenvolvimento do mercado interno e o consumo de massa apresentam resultados virtuosos, mas é necessário que o governo continue distribuindo renda e gerando empregos.

A energia, item de infraestrutura fundamental para o crescimento e que as indústrias dependem para continuar a produzir, o Brasil terá de sobra, como observou. O economista da OCDE recomendou que o governo fique atento à atuação brasileira no mercado externo.
 
Mercado Internacional

Na segunda-feira (08/03), a Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou um informe conjunto com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), em que destaca a performance do Brasil e da China na recuperação pós-crise. As organizações alertam que não tem ocorrido nenhuma intensificação importante de restrição ao comércio ou aos investimentos, mas o G-20 (grupo de vinte países que foi criado no auge da crise e que teve participação ativa do presidente Lula) deve permanecer em alerta.


"As elevadas taxas de emprego e as incertezas sobre o crescimento mundial fazem com que os governos do G-20 permaneçam em alerta e contra o protecionismo. Os três organismos têm pedido aos dirigentes do G-20 que fechem um compromisso firme em favor da abertura dos mercados e contribuam para a conclusão da Rodada de Doha", diz a abertura do documento.


Vários países têm recorrido à OMC para proteger seus mercados e o Brasil mantém sua posição contrária aos subsídios agrícolas oferecidos por alguns países desenvolvidos. Contra os Estados Unidos, ganhou a disputa sobre o algodão.


Diante desse cenário onde a posição dos organismos é contrária à imposição de barreiras no comércio exterior que o Brasil deverá registrar uma safra recorde de grãos.

Estimativas do IBGE apontam crescimento de 8,5% (143,8 milhões de toneladas), outro recorde a ser batido.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as exportações representarão 2% do PIB neste ano e o País crescerá mais no setor externo do que outras nações. Por essa razão, projeta que o PIB encerre 2010 com crescimento de 5,7%.

SENADOR ALOISIO MERCADANTE
http://mercadante.com.br/noticias/ultimas/numeros-do-ibge-apontam-crescimento-vigoroso-do-pib-para-2010

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