domingo, 26 de agosto de 2012

Rússia e China condenam ameaça militar americana contra a Síria

Chancelarias da China e Rússia declararam que seguirão atuando juntas para garantir que as leis internacionais não sejam violadas. Lavrov condenou a “democracia das bombas”de Obama

Os governos da Rússia e da China condenaram as ameaças militares do presidente dos EUA, Barack Obama. A manifestação conjunta das duas potências, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, foi feita na última terça, em resposta às declarações de Obama de que o simples deslocamento de armas químicas pelo governo do presidente Bashar al Assad.

Após uma reunião da qual participou o dirigente chinês Daí Bingguo, o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, destacou que Moscou e Pequim estão de acordo sobre "a necessidade de se manterem fiéis às normas do direito internacional e os princípios contidos na Carta das Nações Unidas e de não permitir sua violação", informou a agência de notícias russa RIA Novosti.

Alertaram que uma ação unilateral deste tipo por Obama contra o governo de Assad, em guerra contra bandos armados e treinados pela CIA, teria "enormes conseqüências".

Os dois países já vetaram três resoluções de agressão à soberania síria propostas pelo governo estadunidense e suas marionetes, a Inglaterra, as monarquias petroleiras árabes e a Turquia. "Não são poucos os oponentes ao processo de reconciliação sírio", disse Lavrov.

Sem ter cumprido com suas promessas de campanha e com a reeleição ameaçada, Obama tem apostado na demonização do governo Assad, realizado diuturnamente e à exaustão por suas "agências de notícias", reverberada acriticamente pelos conglomerados de comunicação, para justificar a "intervenção humanitária".

"Nós deixamos muito claro ao regime de Al Assad e a outros atores na região. Para nós, se chegaria a um limite se começamos a ver movimentos para o uso de armas químicas. Isso faria mudar meus cálculos", declarou teatralmente Obama, interpretando o papel de Capitão América, durante conferência de imprensa na Casa Branca.

Para o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, a "democracia das bombas", preconizada pelo presidente dos EUA, é completamente inaceitável. "De nada servem as ações unilaterais, a exemplo das zonas de exclusão", advertiu.

Conforme Lavrov, é necessário que todos assumam suas responsabilidades e apostem numa solução negociada em todo e qualquer conflito, ainda mais no caso sírio – que vem sendo estimulado e alimentado desde o início pelo governo dos EUA.
Na avaliação do diplomata russo, "o desfecho desta crise irá influenciar de forma significativa o curso dos assentamentos dos conflitos internacionais daqui em diante – ou tudo caminhará de acordo com as leis internacionais ou prevalecerá a ‘democracia das bombas’".

O outro motivo para a declaração belicista de Obama é que suas gangues de vândalos estão sendo aplastradas nos covis que instalaram na Síria.

Segundo a agência de notícias SANA, até nas cidades fronteiriças, onde a infiltração é mais fácil, como Harem, próxima a Turquia, os bandoleiros foram enxotados (ver matéria nesta página).

No povoado de Haffeh, perto da cidade de Latakia, a infraestrutura foi reabilitada, depois que os terroristas foram botados para correr.

O Ministério que cuida dos deslocados, está entregando uma soma em dinheiro para cada família que retorna ao lar, facilitando a retomada de suas vidas no local de origem.

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