sexta-feira, 3 de agosto de 2012

CNI: desaquecimento da economia já atinge todos os setores da indústria da construção


O esfriamento da economia, provocado pelos juros altos, restrição ao crédito, aperto nos salários e redução dos gastos públicos em obras, começam a surtir efeito na indústria da construção. Segundo Sondagem da Indústria da Construção, divulgado na quinta-feira (26) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a atividade do setor desacelerou em junho. O índice que teve queda pelo segundo mês consecutivo foi de 47,7 pontos sobre maio, quando registrou 48,9 pontos. Em comparação com os meses de junho, o índice ficou em 45,3 pontos, o menor nível da série histórica desde dezembro de 2009, quando se iniciou a medição da atividade do setor pela CNI.

O indicador varia de 0 a 100, quando apresentam pontuação superior a 50, indicam atividade econômica aquecida, quando a pontuação é menor que 50, a indicação é de desaquecimento da atividade industrial. A pesquisa considera o nível de produção, utilização da capacidade do setor, emprego e faturamento das empresas. A sondagem foi realizada com 426 empresas de todos os portes.

A pesquisa também apontou queda na utilização da capacidade de operação (UCO) da construção, índice este que mede o percentual utilizado em volume de recursos, mão de obra e maquinário. Em junho, foi utilizado 69% da capacidade, contra 71% do mês anterior.

Todos os setores da indústria da construção apresentaram queda na atividade em junho: Serviços especializados (44,6 pontos), Construção de edifícios (45 pontos) e Obras de Infraestrutura (47,2 pontos).

Segundo a CNI, o número de empregados na construção foi inferior ao mês de maio, ficando abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que só ocorreu em janeiro. As empresas de médio porte registraram a maior queda (47 pontos), as de grande porte com 48 pontos e as pequenas empresas, 48,4.

“Pela sua importância no estímulo à economia, na geração de emprego e renda e pela sua expressiva colaboração nos investimentos do país, é fundamental que a indústria da construção seja observada com atenção”, alerta a CNI na análise sobre a pesquisa.
Para o economista da CNI, Danilo Garcia, não há perspectivas de recuperação da atividade da indústria de construção para o segundo semestre. “Não há sinais de recuperação até o final do ano”, disse ao divulgar a pesquisa.

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