quinta-feira, 15 de julho de 2010

SERRA/FHC VAI DOBRAR O BOLSA FAMILIA E QUINTUPLICAR O CÉU E OS MARES.

Ele também mentiu quando disse que criou o FAT e tirou o seguro-desemprego do papel

Há algum tempo observadores esclarecidos vêm alertando que, do jeito que está indo, Serra vai acabar ficando com um único correligionário, aquele rapaz que a tia Carmela conta que puxava o saco dele lá na Mooca, e hoje bate ponto na “Veja” – dizem até que o moço mandou fazer uma tatuagem nas costas com o nome do Serra, jurando “amor verdadeiro”...

Os tucanos sempre chamaram o Bolsa Família de “bolsa esmola” e de “programa de compra de votos” - pois, combater a fome do povo é comprar votos; governar é matar o povo de fome. Mas Serra, agora, descobriu que o Bolsa Família é pouco e diz que vai duplicá-lo. Também prometeu ampliar o ProUni. Logo, vai prometer um PSAC – Plano de Superaceleração do Crescimento – em vez do PAC, garantir o petróleo da Arábia Saudita para a Petrobrás, instalar a banda larga grátis e por telepatia (coisa moderna é assim), implantar o socialismo, e até internar o Artur Virgílio.

Assim, nem o Otavinho aguenta. Só o Reinaldo Cabeção – pelo menos enquanto o Civita escondê-lo no seu covil, quer dizer, na “Veja”.

Pois, leitor, depois que as centrais sindicais – mostrou que Serra não criou o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e não criou o seguro-desemprego, foi isso o que aconteceu. O Cabeção, com sua raiva das mulheres e seu ódio furibundo a tudo o que é decente, foi o único, solitário, puxa-saco serrista que restou. Nem o Sérgio Guerra  entrou mais no mérito da questão.

Diz o Cabeção que “mentem ao afirmar que Serra se diz o criador do FAT e do seguro-desemprego”.

Na recente convenção do PTB (19 de junho), Serra disse o seguinte:
“Das coisas que fiz, uma que eu tenho grande orgulho foi a criação do FAT. É muito gratificante quando a gente tem uma ideia, consegue aprová-la e consegue fazer as coisas funcionarem para valer. O FAT é uma dessas ideias, e é uma realidade hoje, está presente na vida de todo o País. O FAT manda 40% de seus recursos para o BNDES, e isso gera empregos e oportunidades. Graças ao FAT, tiramos o seguro-desemprego do papel”.

O que Serra disse, portanto, foi que “criou o FAT” e que “tirou o seguro-desemprego do papel”. Não sabemos se o Serra já contemplou a tatuagem do Cabeção. Isso é problema deles, mas que Cabeção rima com Macarrão, lá isso rima.

Em 2002, Serra se apresentou como criador do seguro-desemprego. Levou uma esculhambação do ex-presidente Sarney: “Não sei de onde ele tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele era secretário de Economia e Planejamento do governador Franco Montoro”.

Realmente, o seguro-desemprego foi criado pelo decreto-lei n.º 2.284 (10 de março de 1986), regulamentado pelo decreto n.º 92.608 (30 de abril de 1986), ambos assinados por Sarney.

A partir daí, Serra passou a se dizer não o criador, mas o que “tirou do papel o seguro-desemprego”.

Também é mentira. O seguro-desemprego não estava “só no papel”, porque Sarney também estabelecera a verba para fazê-lo funcionar, através do Fundo de Assistência ao Desempregado, constituído pela contribuição das empresas em 1% da folha salarial e mais 13,33% do imposto sindical.

Tanto assim que funcionou: de 1986 a 1989, o governo Sarney pagou seguro-desemprego a 3 milhões, 551 mil e 78 trabalhadores, num valor total de quase 800 milhões de dólares (precisamente, US$ 779.365.540,37 – o total está em dólares porque a moeda brasileira não era a mesma de hoje).

Essas informações estão no site do Ministério do Trabalho, que divulga até mesmo o total de cheques emitidos: 12 milhões, 290 mil e 812 cheques.

Portanto, Serra mentiu quando disse que “tirou o seguro-desemprego do papel”. Quem fez isso foi o presidente Sarney.

MENTIRAS & MENTIRAS

O FAT, que reuniu o PIS e o Pasep no mesmo fundo, foi criado pelo Projeto de Lei nº 991/1988, do deputado Jorge Uequed (PMDB/RS), aprovado após parecer favorável do então deputado Francisco Dornelles. Esse projeto foi transformado em lei no dia 11 de janeiro de 1990 (Lei nº 7998).

Jorge Uequed é, pois, o verdadeiro criador do FAT. E o atual senador Dornelles teve mais a ver com a criação do FAT do que Serra.

No entanto, Serra disse há poucas semanas que “das coisas que fiz, uma que eu tenho grande orgulho foi a criação do FAT. É muito gratificante quando a gente tem uma ideia, consegue aprová-la e consegue fazer as coisas funcionarem para valer. O FAT é uma dessas ideias”.

Portanto, Serra se disse, se diz e continua se dizendo criador do FAT.

Somente sete meses depois de Uequed, Serra apresentou um projeto no mesmo sentido, que foi considerado “prejudicado”, pois era plágio daquele do deputado gaúcho.

Portanto, Serra mentiu quando disse que o FAT foi ideia sua, mentiu quando disse que foi o seu criador e mentiu quando disse que o aprovou.

MAIS MENTIRAS

Diz o Cabeção que “[Serra] foi autor da proposta que resultou no artigo 239 da Constituição, que prevê o fundo batizado, depois, de FAT — quando foi regulamentado por lei. O seguro-desemprego já estava na Constituição de 1946. Até a ditadura criou uma lei específica sobre o assunto, em 1965. O pacote do Plano Cruzado trazia novo dispositivo a respeito. Mas (…) não havia a garantia da fonte do dinheiro — e o tal artigo 239 da Constituição cuidou disso”.

O que quer dizer “autor da proposta que resultou no artigo 239 da Constituição”? Só pode querer dizer que Serra não é o autor do artigo citado, pois, se fosse, o Cabeção não perderia a oportunidade de dizer que seu (hum...) idolatrado ídolo é o autor do artigo. “Proposta que resultou”??? Ou Serra é o autor do artigo ou não é o autor do artigo. E não é, por isso seu coça-saco usa uma expressão tão sem significado quanto qualquer outra história contada por um idiota.

Mas até ele nos informa, finalmente, que não foi Serra que criou o seguro-desemprego, que ele “já estava na Constituição de 1946”, etc., etc. Ou seja, Serra estava mentindo quando antes disse que criou o seguro-desemprego. Assim, não precisamos dizer mais nada. O Cabeção delatou o chefe.

Entretanto, o Cabeção também é um mentiroso doentio: o seguro-desemprego sempre teve “garantia da fonte do dinheiro”. Quando criou o seguro-desemprego, Sarney estabeleceu que a fonte era o Fundo de Assistência ao Desempregado. Depois, a Constituição designou o PIS e o Pasep – mas isso somente foi levado à prática com o projeto do deputado Jorge Uequed que criou o FAT.

Por mais asinino que o Cabeção seja, ele sabe que a grande contribuição de Serra à “amplitude” do seguro-desemprego foi, como ministro do Planejamento de Fernando Henrique, aumentar estupidamente o desemprego. Só esta e nenhuma outra mais.

CARLOS LOPES

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