segunda-feira, 14 de abril de 2014

Dilma diz que não ouvirá calada campanha negativa dos que querem ferir i...



Ipojuca-PE, 14 de abril de 2014 

"Primeiro, lá no início, chegaram dizer que não, nós não tínhamos petróleo, que não havia petróleo no Brasil. Ironicamente, anos depois, diziam que havia petróleo demais, riqueza demais e que, por isso, toda essa riqueza não podia ficar nas mãos de uma empresa pública, ou seja, nas mãos do povo brasileiro. De forma muito sorrateira, prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas. De tão requintado esse processo, chegou a fazer parte desse processo até a troca do nome, que seria Petrobrax, sonegando à Petrobras a sílaba que é a nossa identidade e a nossa nacionalidade, “bras” de Brasil."

Boa tarde aqui para toda a galera. E vou dizer uma coisa para vocês: essa menina, a Tainá, é uma cantora com uma voz que, nós todos aqui sabemos que, poucas vezes na vida nós ouvimos. E aí quero dizer outra coisa para vocês: eu estou mandando aqui de público um abraço para mãe da Tainá, porque foi justamente na hora da mãe da Tainá que a galera podia mangar de mim porque eu estava com o olho cheio d’água. E aí, vou dizer para vocês mais uma coisa: vocês vão ter ainda muito orgulho da Tainá, muito orgulho. Além de navio, aqui nós vimos surgir uma cantora de primeira, primeiríssima, o navio do Sérgio é nota mil. Aquela menina é nota cem mil.
Por isso eu queria iniciar cumprimentando aqui cada um dos trabalhadores e cada uma das trabalhadoras que aqui nesse Porto de Suape, em Pernambuco, e, sobretudo, nesse estaleiro Atlântico Sul, mostra a capacidade dos pernambucanos, dos nordestinos, do trabalhador brasileiro quando as oportunidades que ele precisa são oferecidas, e os navios estão aí; tanto o Dragão do Mar, que é uma homenagem ao Chico da Matilde, quanto o Henrique Dias, que é uma homenagem a outro libertador e lutador pelos direitos sociais do povo brasileiro estão aí e mostram que é possível e foi feito. Por isso estou feliz de estar aqui.
Queria cumprimentar o nosso governador João Lira Neto.
Queria cumprimentar também a sua esposa, a senhora Leila Queiroz, que nos recebeu aqui, a mim e aos meus ministros, com grande fraternidade.
Queria cumprimentar a Graça Foster, presidente da Petrobras que no início, lá no início do governo Lula, quando eu estava no Ministério de Minas e Energia, e a Graça Foster, na Secretaria Nacional de Petróleo e Gás, ela comigo iniciou esse projeto de conteúdo local. A Graça deu muito do seu esforço para que isso se tornasse realidade. Por isso eu cumprimento a Maria das Graças Foster de uma forma toda especial.
Queria cumprimentar também o Sérgio Machado, presidente da Transpetro. E ao cumprimentar o Sérgio eu cumprimento todos os diretores, todos os presidentes, todos os funcionários da Petrobras e de suas subsidiárias.
Cumprimentar os ministros de Estado que me acompanham nessa viagem: o Francisco Teixeira, da Integração Nacional – porque nós vamos lá, ao sairmos daqui, nós vamos a Serra Talhada entregar uma adutora, um trecho de uma adutora e dar início a dois outros –; cumprimentar o ministro-secretário da Comunicação Social, Thomas Traumann; cumprimentar o ministro-secretário de Portos, Antonio Henrique; cumprimentar o ministro substituto do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
Cumprimentar os nossos senadores que muito contribuíram para tornar esses projetos possíveis: o senador Armando Monteiro Neto e o senador Humberto Costa.
Quero cumprimentar também os nossos deputados federais, que da mesma forma contribuem para essa política de conteúdo nacional no que se refere à Petrobras: Fernando Ferro, João Paulo Lima, José Augusto Maia, Luciana Santos, Pedro Eugênio, Paulo Rubens Santiago.
Queria cumprimentar os deputados estaduais aqui presentes: Tereza Leitão e Sérgio Leite.
Cumprimentar a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard.
Queria dirigir um cumprimento especial às senhoras e os senhores empresários do Estaleiro Atlântico Sul. Empresários que são responsáveis junto com os trabalhadores da construção dos navios petroleiros Dragão do Mar e Henrique Dias: Cumprimentar o Ricardo Queiroz Galvão, do grupo Queiroz Galvão; o Senhor Osami Imai, da IHI do Brasil; o senhor Luiz Ortiz Nascimento, do grupo Camargo Corrêa.
Quero cumprimentar a funcionária da Transpetro, Natasha Simões, a nossa madrinha do Navio Henrique Dias,
            Cumprimentar o Ricardo Augusto da Silva, que me saudou, em nome de toda a força de trabalho do estaleiro Atlântico Sul,
            Queria cumprimentar as senhoras e os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Eu estive aqui, neste estaleiro, se não me engano, há quatro meses atrás, para a conclusão da P-62. Aqui, neste estaleiro. E hoje eu estou aqui, dando início à viagem inaugural do Dragão do Mar e batizando este outro navio, Henrique Dias.
Eu, em dezembro, cheguei aqui e disse que a P-62 era prova da competência dos trabalhadores, dos empresários aqui deste estaleiro. E era um orgulho para mim estar aqui, presenciando esse momento fantástico da indústria naval. Isso eu disse lá em dezembro. Bem, agora eu volto aqui e não são... não é um, uma plataforma, são dois navios. O que mostra que o Brasil é capaz de produzir navios e plataformas.
Pois eu quero dizer que, lá em 2003, diziam para mim e para a Maria das Graças Foster, que nós não íamos conseguir fazer casco, casco de plataforma, ou casco de navio. Não é que a gente não ia conseguir fazer navio, é que a gente não ia conseguir nem fazer os cascos. Bom, como nós duas somos incrédulas, quando se trata de desmerecer o trabalhador brasileiro e a indústria nacional, nós não acreditamos nisso, nós insistimos e nós teimamos, porque no Brasil nós temos essa mania, a gente teima. E aí eu fico extremamente feliz. E quero dizer para vocês que muitas vezes, ao longo do exercício da Presidência da República, tem momentos difíceis, mas esse aqui é um momento de muita felicidade, muita felicidade porque eu sei que em cada um desses navios está, como disse uma das moças que depuseram ali, naquele vídeo, está um pedaço de cada um de vocês.  Talvez, e a gente sabe disso, cada um de nós sabe disso, o que dá mais orgulho na gente é justamente o trabalho que a gente faz. E aí, vocês podem ter um grande orgulho, porque pelas águas do mundo um pedaço de cada um de vocês aqui vai estar navegando.
E eu quero dizer uma coisa também: ao visitar o estaleiro, ao subir lá em cima do navio Dragão do Mar e olhar o estaleiro, eu me lembrei de quando ele era só um terreno vago, um grande e enorme terreno vago. E hoje, com o esforço dos aqui presentes, e de muitos que não estão aqui também, nós vemos surgir um estaleiro que é um orgulho para Pernambuco.
Agora, estaleiros como este surgiram de Norte a Sul do Brasil. E com isso, eu sei que são milhares e milhares de brasileiros colocando a sua capacidade, o seu profissionalismo em cada um desses estaleiros.
E aí, eu quero dizer para vocês: há escolhas que um presidente faz que mudam a história, há escolhas que faz com que surjam novas realidades. E aqui nós presenciamos o resultado de uma delas, pois, lá em 2003, o presidente Lula escolheu que o que fosse produzido aqui no Brasil, o que fosse possível de produzir aqui no Brasil, seria produzido aqui no Brasil. Nós, a cada ano que passou, continuamos escolhendo esse caminho. Muita gente critica, até hoje, que se faça essa escolha. Mas ao decidirmos que a Petrobras devia priorizar o produto nacional, criar aqui empregos, qualificar trabalhadores. E aí, eu tenho muito orgulho aqui de Ipojuca porque eu sei que muitos trabalhadores vieram das mais variadas origens, alguns, como disse o vídeo, eram açougueiros, outras empregadas em algum comércio, muitos eram cortadores de cana e hoje são profissionais da área da indústria naval deste país. Indústria que nós precisamos para nos transformarmos cada vez num país mais rico, e não exportar para fora do Brasil aquilo que tem de mais sagrado, que é o emprego de cada um dos brasileiros e das famílias brasileiras, que é o suporte das famílias brasileiras.
E aí eu quero dizer para vocês que eu tenho orgulho de nós termos reconstruído a indústria naval. Reconstruímos a indústria naval, primeiro mudando radicalmente a política, a política de compra. E quero dizer para vocês, todos os países do mundo olham e fazem políticas de compra. O que é uma política de compra? É comprar no seu país aquilo que a sua indústria pode produzir. Eu não sei se vocês sabem, mas já fomos a 2ª indústria naval do mundo, isso lá pelos anos 80, e daí nós entramos numa reta inclinada para baixo, e perdemos a importância na indústria naval. Por quê? Porque não havia incentivo, porque não se fazia política industrial e porque não tinha políticas de compra.
Ao mudarmos essa regra nós garantimos uma alteração muito importante. Primeiro, nós hoje produzimos em vários locais do Brasil. Aproximadamente 10 estados da Federação hoje têm ou estaleiros, ou têm plantas que fazem, que dão sustentação a toda a indústria de fornecedores que fornecem nave-peças. Além disso, em muitos lugares, no passado, tinha uma indústria naval, aqui em Pernambuco não tinha, nem – eu vou dar outro exemplo – no extremo do país, no Rio Grande do Sul. A novidade é que hoje também em estados que não tinham indústria naval, hoje têm. Por exemplo, aqui em Pernambuco tem um dos maiores estaleiros do Brasil, que é o Atlântico Sul. Tem também o Promar, que é aqui ao lado. Com isso, nós fizemos uma coisa que eu acho que é a melhor consequência da indústria naval brasileira: nós multiplicamos os empregos por 10. Era perto de 8 mil empregos, 7 mil e qualquer coisa e hoje está perto de 80 mil empregos.
E isso é algo que um país não pode abrir mão, sob pena de ser um país que não leva em consideração a sua população. E eu tenho muito orgulho de estar aqui, e dos nomes que esses navios aqui da Transpetro, aqui do estaleiro Atlântico Sul, porque a Transpetro contrata, o governo federal financia e o estaleiro Atlântico Sul constrói. Essa é a parceria: a Transpetro contrata, o estaleiro Atlântico Sul constrói e o governo federal financia, com a sua política de promoção e desenvolvimento da indústria naval que, na verdade, é o Promef, nada mais do que isso. E aí, os nomes são significativos, todos eles dizem respeito à luta do povo brasileiro por sua afirmação: João Cândido, Zumbi dos Palmares, agora o Dragão do Mar, esse nordestino que se recusou a transportar escravos na sua jangada, e Henrique Dias, um negro que liderou a principal revolta neste país.
E aí eu quero dizer para vocês que essas histórias todas se repetem. O estaleiro Atlântico Sul aqui, o Vard Promar ali, o estaleiro Rio Grande, lá no Rio Grande, vários estaleiros, no Rio de Janeiro e em outras cidades. E isso transforma o Brasil, modifica o Brasil e explica por que o Brasil é um dos países que mais gerou empregos nos últimos anos. Porque nos últimos 3 anos e meio do meu governo, nós geramos 4,8 milhões empregos com carteira assinada, e chegamos às menores taxas de desemprego da história do Brasil. Eu tenho certeza que a competência dos trabalhadores brasileiros vai permitir que nós comecemos também a exportar navios aqui de Pernambuco, a fornecermos para outros países, produzindo aqui no Brasil.
E eu quero dizer para vocês que isso tudo é por uma só razão: acreditamos na capacidade da Petrobras, nós acreditamos na capacidade dos trabalhadores brasileiros, nós acreditamos nos empresários, que podem trazer sua competência de outros países para cá, associar com empresários brasileiros, nós acreditamos que eles podiam reconstruir a indústria naval.
De fato, há 10 anos nada havia aqui, e nós mudamos radicalmente esse cenário. Além dos estaleiros, somente no Porto de Suape, além dos estaleiros, nós estamos investindo R$ 1 bilhão em obras de dragagem e construção de terminais, que irão expandir esse porto e ampliar a capacidade para movimentar cargas. É por isso que o ministro dos Portos me acompanha aqui hoje, nesta viagem, porque ele vai aproveitar e ver como está os nossos investimentos aqui no Porto de Suape. A Refinaria Abreu e Lima é outro investimento extraordinário aqui perto. E é muito importante para que a gente agregue valor ao nosso petróleo.
Então vocês vejam que aqui em Suape tem uma refinaria e um estaleiro, aliás, dois estaleiros, porque o Promar também está aqui nessa região. E toda a experiência internacional mostra como que se cria toda uma área de produção, todo um conjunto de indústrias que são atraídas, cada vez mais, para perto de estaleiros, refinarias e todas essas indústrias que aqui se instalam.
Eu também tenho, portanto, orgulho de ter fortalecido aqui o Porto de Suape. Nós também atuamos, de uma maneira que eu muito me orgulho, na implantação da indústria automobilística em Goiana, concedendo expressivos incentivos tributários e financiamentos que viabilizou a localização da indústria automobilística aqui no estado.
Nós temos e eu queria dizer para vocês uma diretriz muito clara. Qual é essa diretriz? Nós apoiamos todos os estados da Federação, mas olhamos de forma especial para os estados do Nordeste, porque ao longo da história o Nordeste sempre foi relegado a um segundo plano. Não no governo do presidente Lula e não no meu governo! Nós não só olhamos o Nordeste de forma especial, mas fazemos isso porque é isso é importante para o Brasil. Nós sabemos que o trabalhador do Nordeste, o empresário do Nordeste, o pequeno agricultor do Nordeste, ele é a força que move uma parte decisiva desse nosso país e que pode, e vai, cada vez mais contribuir para este país ser do tamanho dos nossos sonhos.
Mas eu queria também dizer para vocês, meus amigos e minhas amigas aqui presentes, que este é um momento muito apropriado para que eu dirija algumas palavras à Petrobras. Eu sei que falar à Petrobras é, antes de tudo, falar ao Brasil e ao coração dos brasileiros. Mas eu quero, de forma muito especial, dirigir-me aos trabalhadores da Petrobras e das suas subsidiárias, às trabalhadoras, quero me dirigir aos técnicos, aos engenheiros, aos geólogos, aos administradores, enfim, a todos aqueles que trabalham na Petrobras e que também, por conta da política de contratação de conteúdo nacional, são ligados à Petrobras de alguma forma.
Eu quero dirigir a vocês, chamando a cada um de vencedor, vencedor, quero chamar a cada um dos funcionários aqui presentes de vencedores. Vocês são, de fato, vencedores, porque fazem parte de uma empresa vencedora, que nada nem ninguém vai conseguir destruir no nosso país. Nós sabemos que a Petrobras é a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira, ela é a maior empresa deste país, e esse título dificilmente alguém irá tomar da Petrobras. A Petrobras deve isso aos milhares de homens e mulheres que integram a Petrobras, integram também seus fornecedores, integram os estaleiros, enfim, devem isso a todos vocês, mas devem isso também ao apoio do povo brasileiro, que ao longo da sua história, sempre se orgulhou e lutou pela Petrobras. Mais do que uma empresa, a Petrobras é, portanto, um símbolo, um símbolo da luta do nosso povo, da afirmação do nosso país, e um dos maiores patrimônios de cada um dos 200 milhões de brasileiros que integram a nossa população.
Por isso, a Petrobras jamais vai se confundir com qualquer malfeito, com corrupção ou qualquer ação indevida de quaisquer pessoas das mais graduadas às menos graduadas. Nós, com determinação, estamos aqui nos comprometendo a cada dia que passa que o que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo de rigor, o que tiver de ser punido vai ser punido também com o máximo de rigor. É importante que vocês saibam que a auditoria da Petrobras, junto com o seu programa de prevenção à corrupção, as comissões de apuração, são os mais eficazes mecanismos de controle e fiscalização internos. E que os órgãos de controle e fiscalização, o Poder Judiciário, o Ministério Público, mas, sobretudo, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União, que são órgãos do governo federal, estarão sempre atentos para realizar a fiscalização e os controles externos.
Não podemos permitir, é bom dizer isso, como brasileiros que amam e defendem este país, que se utilizem ações individuais e pontuais, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem de nossa maior empresa, a nossa empresa-mãe, ou para tentar confundir quem de fato trabalha a favor e quem trabalha contra a Petrobras. A história da Petrobras e da exploração do petróleo em nosso país, aqui no Brasil, ela tem sido cercada de muitos desafios, ela tem sido cercada de confusões, e até mesmo de armadilhas.
Primeiro, lá no início, chegaram dizer que não, nós não tínhamos petróleo, que não havia petróleo no Brasil. Ironicamente, anos depois, diziam que havia petróleo demais, riqueza demais e que, por isso, toda essa riqueza não podia ficar nas mãos de uma empresa pública, ou seja, nas mãos do povo brasileiro. De forma muito sorrateira, prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas. De tão requintado esse processo, chegou a fazer parte desse processo até a troca do nome, que seria Petrobrax, sonegando à Petrobras a sílaba que é a nossa identidade e a nossa nacionalidade, “bras” de Brasil.
Com o apoio de todas as pessoas, a Petrobras resistiu bravamente às tentativas de desvirtuá-la, reduzi-la e privatizá-la. Mas as tentativas de sucateamento deixaram marcas profundas, mas temporárias, não apenas na Petrobras, mas em toda a cadeia do petróleo que sustentava milhares de empresas nacionais, inclusive a indústria naval. Por anos seguidos, o favorecimento à importação de navios e plataformas, a falta de planejamento e a ausência de uma política de conteúdo nacional trouxeram sérios problemas para os fornecedores nacionais.
A redução dos investimentos em geral, em especial em tecnologia, a baixa valorização e a renovação do capital humano corroeram essa grande empresa. Mas ela teve força para resistir, como também soube adaptar-se com êxito à lei número 9.478 de 1997, que introduziu no Brasil o modelo de exploração por concessão, modelo justificável, onde o risco era e é muito elevado e ninguém sabe quanto petróleo vai achar. Graças ao pré-sal e à determinação política dos governantes deste país – eu me refiro ao presidente Lula e ao meu governo –, e também à toda a sustentação obtivemos no Congresso Nacional, com os senadores e os deputados, nós aprovamos em 2010 e implantamos em 2013, o modelo de partilha. Modelo de partilha que nos dá maior controle sobre nossa riqueza e melhor uso social dos recursos do petróleo, porque estamos priorizando a educação dos brasileiros.
O modelo de partilha é fundamental no pré-sal, porque lá no pré-sal o risco é muito reduzido, e sabemos que os volumes são muito elevados, e o petróleo é de muito boa qualidade. Daí a importância da partilha do petróleo, garantindo ao país a maior parte da riqueza do pré-sal. Fato muito relevante é que a nova lei que criou o regime de partilha para o pré-sal estabeleceu que a Petrobras deve ser a operadora desses megacampos, com uma participação de, no mínimo, 30%. Isso vai significar, no médio prazo, o fortalecimento da Petrobras em níveis jamais alcançados. Isso vai significar também uma demanda constante para a indústria naval, para esse estaleiro e todos os outros, garantindo a sustentabilidade, a perenidade dos empregos aqui criados.
Por isso, meus amigos e minhas amigas, está errado quando alguns dizem que a Petrobras está perdendo valor e importância no Brasil. Manipulam os dados, distorcem análises, desconhecem deliberadamente a realidade do mercado mundial de petróleo para transformar eventuais problemas conjunturais de mercado em supostos fatos irreversíveis e definitivos. Escondem, por exemplo, que em 2003, no início do Lula, a Petrobras valia apenas no mercado, porque ela sempre vai valer mais do que o mercado, mas naquela época valia no mercado R$ 15,5 bilhões. E hoje, mesmo com toda a crise internacional, mesmo com todos os problemas a elas ligados e as questões relativas e conjunturais da Bolsa, o valor de mercado da Petrobras chega a R$ 98 bilhões.
Ao contrário do passado, a Petrobras é hoje a empresa que mais investe no Brasil. Foram 306 bilhões de reais, aliás, de dólares, de 2003 a 2013, sendo que o ano passado chegou a 48 bilhões de dólares. É importante lembrar que em 2002, foram investidos apenas 6,6 bilhões de dólares. Isso significa que nesse período nós multiplicamos por seis o investimento na Petrobrás. O lucro líquido da Petrobrás também mudou de patamar. Passou, e aí está em reais, de 8,1 bilhões para 23,6 bilhões de reais.
Estas e outras conquistas provam que os nossos governos, o meu e o do presidente Lula, reergueram a Petrobras. Reconstituímos o seu programa de investimentos, valorizamos e aperfeiçoamos seu quadro de funcionários. Foi assim que a empresa se transformou na que mais investe em prospecção de petróleo no mundo e que tem mais expertise na prospecção em águas profundas e ultra-profundas. Foi por isso que descobrimos os megacampos do pré-sal, que mudou o nosso cenário petrolífero e vai ajudar a mudar, com eu disse, a qualidade da educação, porque os recursos dos royalties e 50% do fundo social do pré-sal vão para a educação, da creche à pós-graduação, o que vai levar o nosso povo a um outro patamar de desenvolvimento. E nós aqui estamos e sabemos que o fortalecimento da Petrobrás revolucionou a indústria naval brasileira.
Nós já dissemos aqui o quanto os empregos aumentaram. A previsão para 2017 é que, dos quase 80 mil que gera hoje, nós bateremos 100 mil empregos gerados na indústria de fornecedores, e entre [20]14 e [20]15, nós geraremos mais 17 mil empregos. E nós podemos também medir a Petrobras pela sua força, tanto em terra quanto no mar. Nós hoje temos em operação, para vocês terem uma ideia, 133 plataformas, 41 sondas de perfuração e 361 barcos de apoio. Muito mais virão, como disse a presidente da Petrobras aqui.
Em 2014, só em 2014, estão em construção 18 plataformas nos estaleiros e canteiros espalhados pelo Brasil, 28 sondas de perfuração, 43 navios-tanque para óleo, gás e refinados. Graças ao fortalecimento dessa empresa as nossas reservas chegaram a 16,6 bilhões de barris de óleo equivalente, e a relação entre a produção, o óleo existente e a produção, chegou a ser de 19 anos, enquanto nas grandes empresas e de 12 a 16. É uma coisa muito importante: o índice de sucesso. Em geral é 75, no pré-sal é de 100%. O índice de sucesso é aquele que faz com que você, ao furar, ache petróleo.
Por último um dado que fala por si mesmo. Entre 2003 e 2013, a produção de petróleo, Brasil e exterior, cresceu 21%, mais de 358 mil barris/dia, enquanto nesse mesmo período as outras petroleiras gigantes reduziram a sua produção em 15%, menos 338 mil barris.
Finalmente, minhas queridas amigas e amigos aqui presentes, como presidenta mas, sobretudo, como brasileira, eu defenderei, em quaisquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobras. Não transigirei em combater todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie, seja ele cometido por quem quer que seja. Mas, igualmente, não ouvirei calada a campanha negativa dos que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem desta empresa que o nosso povo construiu com tanto suor e lágrimas, apesar da galera mangar, com as mãos encharcadinhas de óleo, mas também de muita esperança.
Quero concluir afirmando um princípio no qual eu acredito e que, tenho certeza, vocês também acreditam: a Petrobras é maior do que qualquer um de nós. A Petrobras tem o tamanho do Brasil.
Muito obrigada.
http://www2.planalto.gov.br/

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