sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Marcha a Wall Street tem apoio de 15 sindicatos e da central AFL-CIO


Multidão tomou as ruas de Nova Iorque pelo fim dos privilégios do sistema financeiro, por uma política de geração de empregos e contra as guerras


Com o apoio de 15 sindicatos, dos estudantes universitários e de dezenas de entidades e organizações sociais, o movimento "Ocupem Wall Street" voltou a tomar o centro de Nova Iorque na quarta-feira (5), quatro dias após a detenção de 700 manifestantes, agora com mais de dez mil pessoas nas ruas. Ocorreram ainda atos em Boston, Seattle e Hartford, prosseguindo os atos que já se estendem por mais de 50 cidades.

Nesta sexta-feira o acampamento completa três semanas, contra a ganância dos bancos, por uma política de geração de empregos; pelo fim das guerras, que Obama prometeu acabar e não cumpriu; pelo fim dos privilégios das corporações financeiras e dos armamentos, e todas as demais; contra o contínuo aumento das armas de destruição em massa pelo governo dos EUA e por mudanças fundamentais para 99% da população norte-americana.

No país de 25 milhões de desempregados, um coro ainda mais alto de "All day, all week, occupy Wall Street" [O dia todo, a semana toda, ocupem Wall Street] e "Somos os 99%" foi ouvido na Praça Foley, perto da prefeitura. Os acampados se deslocaram desde a Praça Liberty, nas imediações da Bolsa de Nova Iorque, até se encontrarem com as colunas de trabalhadores convocados pelos sindicatos e entidades. Os manifestantes empunhavam cartazes como "façam postos de trabalho e não cortes" e "cobrem imposto de Wall Street".

Centenas de estudantes universitários deixaram as aulas para engrossar o ato. Trabalhadores metalúrgicos, dos transportes, de serviços, professores, enfermeiras, aposentados, mutuários e desempregados participaram. Entre as organizações sociais, a Answer, a MoveOn.org e a Coalizão dos Sem Teto. Houve protestos em cinco campi da Universidade de Nova Iorque e uma centena em universidades no país inteiro.

A central sindical AFL-CIO também se fez presente e o presidente Richard Trumka divulgou no site da entidade mensagem em que afirma que "o Ocupem Wall Street capturou a imaginação e paixão de milhões de americanos que tinham perdido a esperança". "Nós apoiamos os manifestantes em sua determinação de imputar Wall Street e criar bons empregos".

"Estes jovens estão falando pela vasta maioria de americanos que estão frustrados pelos banqueiros e especuladores", afirmou o presidente do sindicato de transportes Atwu, Larry Hanley. "Enquanto nós batalhamos duro dia após dia, mês após mês, os milionários e bilionários de Wall Street se aboletam, sem serem penalizados, e pontificam sobre o nível do nosso sacrifício".

Michael Mulgrew, presidente da Federação Unida dos Professores, que representa 200 mil mestres, disse aos manifestantes que "a forma como nossa sociedade é dirigida não funciona para 99% das pessoas, assim, quando o Ocupem Wall Street começou, captou isso e foi capaz de gerar um debate nacional que nós pensamos que há anos precisava ser instaurado".

"Somos os indignados de Nova Iorque, os indignados dos Estados Unidos, os indignados do mundo", definiu o secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços, Hector Figueroa.

No final da noite, a polícia voltou a realizar prisões e lançar spray de pimenta contra manifestantes, deixando claro que, as liberdades de expressão e manifestação nos EUA são mera fantasia quando o exercício destes direitos questionam os privilégios dos banqueiros, dos especuladores e dos monopólios.

Como agora na praça Liberty Plaza e na ponte do Brooklin, em Nova Iorque, quando, os manifestantes são espancados e presos e o monopólio de mídia tenta abafar as manifestações sob uma cortina de silêncio, que apenas começa a ser rompida após quase 20 dias de persistência dos manifestantes e ampliação do apoio ao acampamento em Wall Street.

ANTONIO PIMENTA


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