segunda-feira, 10 de novembro de 2008

De costa a costa, americanos celebram a vitória de Obama"A mudança chegou à América",



afirmou o presidente eleito para a multidão que foi recebê-lo no Grant Park, em Chicago Nesta noite, por causa do que fizemos neste dia, nesse momento decisivo, a mudança chegou à América", afirmou o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, na madrugada da quarta-feira, a centenas de milhares de pessoas que se aglomeravam dentro e nas avenidas que circundam o Grant Park, em Chicago, Illinois, na festa da vitória do democrata sobre John McCain. A vitória foi comemorada, de costa a costa, com manifestações diante da Casa Branca, nas ruas de Nova Iorque e da imensa maioria das cidades dos EUA. A multidão começou a chegar ao local ainda durante o dia e o entusiasmo aumentava à medida que os telões anunciavam Estados em que Obama obtinha vitórias. Com a ratificação pelas redes de televisão de que a vantagem era irreversível, as pessoas explodiram de alegria e se abraçaram emocionadas. Entre as personalidades presentes em Chicago, estava o líder histórico dos direitos civis, que marchou ao lado de Martin Luther King em muitas jornadas, reverendo Jesse Jackson, que não conteve sua emoção. A apresentadora de TV, Oprah Winfrey, apoiadora de Obama desde as primárias, também festejou a vitória em Grant Park. Presentes também lideranças do Partido Democrata de todo o país.Assim que Obama subiu ao palanque, a multidão passou a saudá-lo com o grito de "Yes, we did" (Sim, nós conseguimos), em referência ao mote "Yes, we can" (Sim, nós podemos) da campanha democrata, que bateu todos os recordes de apoio financeiro popular com milhões de contribuintes individuais pela internet e mobilizou milhares de voluntários desde a disputa nas primárias em que o senador de Illinois conquistou a indicação de seu partido."Nossa campanha não nasceu nos corredores de Washington. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que rasparam as pequenas poupanças que tinham para dar US$ 5, US$ 10 e US$ 20 para essa causa. Cresceu com a força dos jovens que rejeitaram o mito de apatia da sua geração".Ele afirmou que essa vitória mostra "que nunca fomos simplesmente uma coleção de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis, mas sim os Estados Unidos da América".Obama ressaltou as dificuldades que enfrentará após oito anos de Bush. "Podemos comemorar nesta noite, mas precisamos entender que os desafios que virão amanhã serão os maiores de nossos tempos - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século"."Lembremos que, se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma Wall Street próspera, enquanto a Main Street [a economia real] sofre", acrescentou.Agradeceu à sua mulher, Michelle Obama, a equipe de campanha, ao vice-presidente Joe Biden, mas, sobretudo, "a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês", disse à multidão."Esta é nossa oportunidade. Esse é nosso momento de devolver as pessoas ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossas crianças; de restaurar a prosperidade e promover a paz. Sim, nós podemos", conclamou, acompanhado pelas centenas de milhares de presentes: "Sim, nós podemos". "Estas eleições", prosseguiu, "contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta"."Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos. Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele", disse."Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Sim, nós podemos"."Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Sim, nós podemos"."Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: 'Superaremos'. Sim, nós podemos. E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar. Sim, nós podemos", afirmou Obama.

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