segunda-feira, 10 de novembro de 2008

CEF destina crédito recorde de R$ 4,5 bilhões em outubro para empresas



Ao mesmo tempo em que os bancos privados desviam os recursos do compulsório, que deveriam ir para o crédito, e os colocam na especulação financeira, a Caixa Econômica Federal anuncia, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, ter concedido em outubro R$ 4,5 bilhões em créditos para empresas, o que significa um novo recorde mensal do banco na oferta de crédito neste segmento.
O vice-presidente de Finanças da CEF, Márcio Percival, avaliou que o crescimento da participação da Caixa no mercado se deu em função da retração do crédito pelos bancos privados. “Vínhamos investindo no melhor relacionamento da Caixa com esses clientes e, isso, associado aos problemas de liquidez de alguns bancos, resultou nesses bons números”, disse.
Além disso, a CEF registrou também um lucro líquido de R$ 722,5 milhões no terceiro trimestre do ano (julho a setembro). No acumulado do ano a instituição contabiliza lucro de R$ 3,265 bilhões, o que equivale a expansão de 90% sobre o resultado de igual período do ano anterior.
O balanço mostra ainda que as contratações de crédito somaram R$ 16,1 bilhões de julho a setembro, 22% a mais na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, e a presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho, assegura que “não faltará recursos para o crédito até o final do ano”. “Nosso foco é o crédito, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica”, garantiu. No ano, o crédito cresceu 19,9% e as contratações somam R$ 46,2 bilhões, dos quais R$ 23,6 bilhões para pessoas físicas e R$ 22,6 bilhões para empresas.
A presidente da Caixa falou sobre a MP 443 e disse que ela abre uma oportunidade “extraordinária” para o banco. “A MP nos dá condições de competição”, declarou. Com a MP, a Caixa poderá ter uma financeira, uma empresa de leasing e uma distribuidora de títulos e valores mobiliários.
Para Márcio Percival, o momento atual é de um processo “brutal” de concentração bancária e, neste contexto, “todos os bancos vão ter que se instrumentalizar para enfrentar a concorrência”. “Banco público está nessa concorrência, está nessa competição”, disse.
Seguindo as orientações do governo de combater os possíveis efeitos da crise no Brasil, a diretoria da Caixa informou que já adquiriu R$ 11 bilhões em carteiras de crédito de instituições bancárias de menor porte.

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