sexta-feira, 26 de abril de 2013

Contee: Fusão Kroton-Anhanguera intensifica desnacionalização do ensino superior brasileiro



“A fusão entre a Kroton e a Anhanguera, dois dos maiores grupos de educação responsáveis pela mercantilização e desnacionalização do ensino superior do país, que agora se unem numa operação financeira que cria o maior conglomerado de ensino do mundo, instaurando monopólio no setor”, afirma a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). Segundo a entidade “a educação não pode ser negociada na Bolsa de Valores”
A Contee se posicionou contra a fusão anunciada pelas múltis Kroton e Anhanguera que se tornarão detentoras de quase 1 milhão de matrículas nas universidades que controlam (o mesmo que o conjunto da rede federal de ensino superior), chamando a fusão de “absurdo educacional”.
Para a Confederação a invasão do “capital financeiro no ensino brasileiro, usurpando não só dinheiro púbico, como também o papel estratégico da educação para o desenvolvimento do país e os direitos de estudantes e trabalhadores, substituídos pela busca de lucros” é o que representa a criação do monopólio educacional controlados por grupos de investimentos estrangeiros (Anhanguera Educacional é controlada pelo Blackstone found e a Kroton, pelo Advent Internacional) no Brasil.
“A fusão entre Kroton e Anhanguera representa mais uma vez, agora em maior escala, um atentado a estudantes, professores, técnicos administrativos e à educação como um todo, principalmente levando-se em conta a prática costumeira que rege tais operações financeiras, denunciada constantemente pela Contee: a demissão de trabalhadores e a descaracterização completa dos projetos pedagógicos aprovados quando credenciamentos dos cursos e instituições”, destaca a Confederação.
Um exemplo disto é do próprio Grupo Anhanguera que após comprar a Uniban, que tinha 50 mil alunos, iniciou um processo de demissão de 1500 professores, em sua maioria mestres e doutores, reduzindo o valor médio das horas pagas aos professores de R$ 60 para até R$ 14.
A entidade ainda lembrou que se o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (CADE) que apesar de ser um órgão para “defesa econômica”, não tem o costume de agir para limitar a ação de cartéis e monopólios, mas sim, acaba por incentivá-los aprovar a fusão é anunciada no momento em que se intensifica “a cobrança para a aprovação do projeto de lei que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes) – ainda em tramitação na Câmara dos Deputados”, diz a Contee. “Não se trata, obviamente, de mera coincidência, já que uma das atribuições do Insaes, no projeto, é a prerrogativa de conceder autorização prévia a aquisições, cisões, fusões e transferência de mantença das instituições”, ressalta o Sindicato.
Por fim a Confederação afirmou que está “está avaliando juridicamente a legalidade e a constitucionalidade da operação e envidará todos os esforços para que tal absurdo educacional não se concretize, inclusive junto ao CADE”, e que “mais do que nunca, é imprescindível a regulamentação da educação privada no Brasil”.

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