domingo, 26 de março de 2017

EUA é a maior ameaça à paz: 200 mil soldados ocupando terra alheia


As guerras e intervenções militares dos EUA nos últimos 25 anos provocaram milhões de mortos e feridos e um número ainda maior de refugiados
 
No momento em que Trump anuncia um aumento de US$ 54 bilhões ao já ultrainflado orçamento do Pentágono, para US$ 639 bilhões, é oportuna a publicação, pelo site visualcapitalist, de um infográfico que sintetiza a absurda sobre-expansão militar ianque, com 800 bases e quase 200 mil soldados no exterior (mais exatamente, 199.485) – o que não inclui o pessoal “civil” de “apoio” e os magotes de mercenários da Blackwater e DynCorp e outros.
Esse aumento de US$ 54 bilhões – que ainda irá a votação, mas cuja aprovação é certa – é praticamente do tamanho do orçamento militar inteiro da Grã-Bretanha (4º lugar em gastos militares, US$ 55 bilhões) e acima do da França e da Índia (empatados em 5º lugar, US$ 51 bilhões). Isso, num orçamento discricionário em que praticamente tudo é cortado, até a verba do Departamento de Estado (-29%). Além, é claro, da Educação (-14%), Saúde (-16%), Trabalho (-21%); Moradia e Urbanismo (-12%), Meio Ambiente (-30%) e até a Nasa (-1%).
Esse aumento corresponde a 10% sobre o orçamento do ano anterior, o que é uma das maiores altas em um ano no orçamento do Pentágono na história dos EUA, como assinala o visualcapitalist. Conforme aponta o infográfico, os gastos militares dos EUA são maiores do que os dos sete próximos países combinados. Assim, em 2015, o orçamento militar dos EUA foi de US$ 596 bilhões. Embora isso não esteja assinalado ali, a fonte é o Sipri (Instituto de Pesquisa sobre a Paz Internacional, de Estocolmo).
É mais do que China (US$ 215 bilhões), Arábia Saudita (US$ 87 bilhões), Rússia (US$ 66 bilhões), Grã-Bretanha (US$ 55 bilhões), França (US$ 51 bilhões), Índia (US$ 51 bilhões) e Japão (US$ 41 bilhões) combinados. Alemanha e Coreia do Sul vêm a seguir, respectivamente com US$ 39 bilhões e US$ 36 bilhões. O gasto oficial dos EUA é quase dez vezes o da Rússia, atualmente apontada dia e noite pela mídia imperial como “ameaça”.
De acordo com o visualcapitalist, o gasto propriamente dito com as operações militares em terra alheia chegam a US$ 100 bilhões, em 800 bases – o número de bases é o publicado pelo site Político, mas há estimativas maiores, até 1.000. Há tropas norte-americanas operando em 177 países, o total pode parecer exagerado, mas se deve à enorme expansão das operações com tropas especiais sob Obama e W. Bush.
A observação do infográfico permite verificar certas verdades inconvenientes, como a de que, mais de 70 anos após o fim da II Guerra Mundial, os Estados Unidos seguem ocupando a Alemanha (34.805 soldados), Japão (39.345 soldados), Coreia do Sul (23.468 soldados) e Itália (12.102 soldados).
E ainda 8.479 soldados na Inglaterra (as “relações especiais” anglo-americanas e aliança Five Eyes), 3.256 soldados na Espanha – que passou a sediar a frota antimíssil do Escudo de Obama no porto de Rota -, 2.234 na Turquia (base de Ircilik) e concentrações menores na Bélgica e Holanda. Em seis países europeus, bases dos EUA mantêm bombas nucleares.
A ocupação se estendeu ao Oriente Médio, com 23.355 soldados (5.540 no Iraque, 6.296 no Kuwait, 5.504 no Bahrain, 2.976 no Qatar, 1.076 nos Emirados e 2004 na Síria); com risco de ter outro QG explodido como em Beirute sob Reagan, as tropas ianques foram retiradas da Arábia Saudita, só ficando 349.
Na ocupação do Afeganistão, que já dura 15 anos e já é a mais longa guerra da história dos EUA, estão comprometidos 9.294 soldados. O infográfico também registra o “porta-aviões” insubmersível de Guam (3.831 soldados), no Pacífico, e na colônia britânica de Diego Garcia (275), no Índico.
BÁLCÃS
A ocupação nos Bálcãs, subproduto do esquartejamento da Iugoslávia, aparece com Kosovo (380, na base gigante – no modo de espera – de Camp Bondsteel). A Otan, um conduto do intervencionismo ianque, que anexou os países da Europa Oriental um após o outro, desde o golpe na Ucrânia não para de amontoar tropas e armas na fronteira com a Rússia e o escudo antimíssil de W.Bush/Obama deverá ficar pronto até 2020. Há ainda os assassinatos em massa com drones.
As guerras e intervenções militares dos EUA nos últimos 25 anos, provocaram milhões de mortes e feridos e um número ainda maior de refugiados, além da disseminação do terrorismo. Para os imperialistas norte-americanos, o planeta inteiro é o seu “lebensraum” (espaço vital) e todos os continentes e países estão sob jurisdição de um comando militar norte-americano, ao qual se somam as seis frotas norte-americanas, com 11 porta-aviões nucleares, e as armas estratégicas, com milhares de armas nucleares. E nem assim conseguem esconder ou adiar sua decadência, admitida em campanha pelo atual presidente Trump.
                                                                      
ANTONIO PIMENTA
http://www.horadopovo.com.br/

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