sexta-feira, 1 de maio de 2009


O satélite da Coréia Popular e a hipocrisia dos EUA e Japão

Na mesma semana em que a Coréia Popular lançou seu satélite de comunicações Kwangmyongsong II, o Japão tornou público o “Plano Principal para utilização do Cosmos”, no qual prevê o lançamento nos próximos 5 anos de 34 satélites e o início de pesquisas sobre as técnicas de satélites de alerta para detectar lançamentos de mísseis balísticos – o escudo antimíssil.
O Japão, que de 2004 a 2008 lançou 16 satélites, fez ameaças e provocações contra a RPDC por esta não se submeter às suas ‘censuras’ e ‘proibições’ e lançar o satélite de comunicações coreano.
A histeria do governo japonês e seus diplomatas, despejada sobre a comunidade internacional, inclusive sobre o governo brasileiro, endossada e repetida pelo cartel midiático, tinha uma função: tirar a atenção do fato de que o governo japonês está em pleno processo de preparação para transformar-se em potência militar e retomar o caminho da agressão, cujo principal alvo é a RPDC.
O Japão, os EUA e a Coréia do Sul juntaram-se numa cruzada discriminatória contra a Coréia Popular. Acusaram-na de descumprir resoluções da ONU, projetando sobre a RPDC os próprios problemas, pois quem descumpriu os acordos firmados com a RPDC foram a ONU, os EUA, o Japão e a Coréia do Sul.
A RPDC não tem petróleo e é um país bloqueado econômica e politicamente pelos EUA. No acordo firmado em 2005 com a ONU ficou estabelecido que, em troca de importar petróleo e ter desbloqueadas suas contas em bancos estrangeiros, a RPDC desativaria seu programa nuclear de geração de energia e a usina de Yongbyon, e receberia os inspetores da AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica da ONU - para acompanhar essas operações.
Mesmo sem o petróleo prometido pela ONU, a Coréia Popular recebeu os inspetores, mas o tresloucado Bush II torpedeou o acordo, incluindo o país no “eixo do mal”, gerando tensão e obrigando a RPDC, em resposta, a expulsar os inspetores no mesmo ano.
Em 2006 foi retomado o acordo e no início de 2008 a Coréia Popular, cumprindo sua parte, destruiu o reator nuclear da usina de Yongbyon na presença dos agentes da AIEA, de representantes do governo norte-americano, fato amplamente registrado pela imprensa internacional.
Contra as caras-feias de japoneses e sul-coreanos, os EUA recuaram e retiraram a RPDC da lista de países “terroristas”, mas o acordo continuou não sendo cumprido pela ONU e o petróleo continuou não chegando em Pyongyang.
O acordo incluía também a constituição do grupo dos seis (RPDC, Coréia do Sul, China, Rússia, EUA e Japão) com a finalidade de discutir as questões da paz e da desnuclearização da península coreana.
Três desses países, EUA, Japão e Coréia do Sul, em lugar de buscar o entendimento, se esmeraram em provocações e descumpriram as resoluções estabelecidas na Declaração Conjunta de 19 de setembro de 2005. Apesar dos esforços da RPDC para manter o diálogo, do interesse da China e da Rússia, os três países (EUA, Coréia do Sul e Japão), passaram a boicotar as reuniões, que desde dezembro de 2008 deixaram de acontecer.
Com o lançamento do satélite coreano, as hostilidades chegaram ao paroxismo. A Coréia Popular não teve outra alternativa que não fosse denunciar a farsa dos três países opositores ao diálogo e se retirar de uma reunião que não mais acontecia. Ficou claro que do grupo dos seis países, três deles – EUA, Japão e Coréia do Sul - não tinham o menor interesse em discutir a paz e as questões nucleares na península coreana. Os três países - diante de seus interesses belicistas e hegemonistas na região – tinham também a pretensão de usar a questão coreana para neutralizar a China e a Rússia.
Os EUA, além de manter tropas no sul da Coréia e continuar com as ameaças nucleares na região, insistem, mesmo tendo sido derrotados na guerra, em não assinar o Tratado de Paz definitiva, fazendo com que a península coreana viva em instável situação de trégua desde 1953.
Os EUA têm milhares de satélites, muitos deles para fins nem tão pacíficos assim.Muitos outros países exploram o cosmos, lançando seus satélites de comunicação para fins pacíficos e desenvolvem suas pesquisas tecnológicas para promover seu crescimento econômico e seu desenvolvimento.
Mas a Coréia Popular não pode desenvolver-se. Não pode utilizar o seu cosmos e lançar seus satélites. Seus esforços para manter o crescimento autônomo do país são considerados, absurdamente, “provocação à comunidade internacional”. Por isso é ameaçada, censurada e hostilizada. Os que a agridem utilizam os monopólios de mídia, que gastam rios de tinta para difamá-la injustamente, acusando-a de manter seu povo faminto e miserável. Mentem.
A verdade, que os seus ex-colonizadores e invasores não suportam, é que a República Popular Democrática da Coréia é um país independente, seu povo tem a espinha ereta e a cabeça erguida. É culto e saudável. Bem alimentado. Seu exército é forte, bem equipado e bastante popular.
A RPDC é um país desenvolvido onde a riqueza nacional é usada para promover o bem de todos, o interesse coletivo nacional. É um país soberano e desde que expulsou o colonizador japonês e derrotou os EUA jamais se submeteu a nenhum país. É natural que, para manter sua dignidade, após as provocativas sanções da ONU exigidas pelos EUA, Japão e Coréia do Sul, o país tenha reagido e expulsado os inspetores da AIEA e os 4 fiscais norte-americanos que estavam em Pyongyang.
É natural que, como a RPDC não tem petróleo e não pode importá-lo livremente, esforce-se para conseguir fontes alternativas de energia e retome suas pesquisas científicas e seu programa nuclear para a produção da energia de que precisa.
Aos insultos e provocações de que tem sido vítima, tem respondido com serenidade e firmeza, com a mobilização de seu povo, com o desenvolvimento de seu poder dissuasório da guerra, de sua capacidade de enfrentar as agressões e ameaças. A decisão do governo da RPDC de investir em defesa com a política de Songun – a priorização da defesa nas ações do Estado – é tanto mais efetiva quanto mais cresce a unidade de seu povo pelo direito a existência da nação, pelo seu desenvolvimento e sua luta persistente pela reunificação pacífica e independente de toda a nação coreana.

ROSANITA CAMPOS


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