sábado, 7 de maio de 2011

Rumo a uma ‘intervenção humanitária’ contra a Síria?


“A Líbia e a Síria são as únicas duas nações do Mediterrâneo e os únicos Estados Árabes que não vinham se subordinado aos desígnios dos Estados Unidos e da OTAN de controle da Bacia do Mediterrâneo e do Meio Oriente”, destacou Rick Rozoff, diretor do site norte-americano Stop NATO International, em artigo publicado na terça-feira (03) no site Global Research, sob o título acima.

O autor alerta que em 29 de abril, em carta ao parlamento norte-americano, o presidente Barack Obama escreveu: “Determinei que os abusos aos direitos humanos pelo governo da Síria... constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa dos Estados Unidos, assim como à economia do país, e justificam a imposição de sanções adicionais contra esse país”.

Sublinhou que nenhum dos dois países têm participado das patrulhas navais e exercícios no mar Mediterrâneo da Operação Esforço Ativo (“Operation Active Endeavor”), que ocorrem há já 10 anos, e nenhum dos dois países é membro da associação militar “Diálogo Mediterrâneo” da OTAN, que inclui boa parte dos países da região: Israel, Jordânia, Egito, Tunísia, Argélia, Marrocos e Mauritânia.

O artigo que denuncia a intenção dos EUA de perpetrar uma outra “intervenção humanitária” contra a Síria, termo usado para tergiversar as invasões aos países livres, lembra que “a Jordânia e o Marrocos apóiam a guerra da OTAN contra a Líbia; e o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, membros de um outro programa da OTAN, a ‘Iniciativa de Cooperação de Istambul’, estão fornecendo aviões bombardeiros para missões de combate na Líbia.

Um outro membro dessa associação, o Kuwait, anunciou, em 24 de abril, que iria conceder $180 milhões para pagar os salários dos empregados dos rebeldes no chamado Conselho de Transição da Líbia”. Com uma política soberana, “a Líbia e a Síria podem ser vistos como postos avançados de independência e não-alinhamento em toda a região do Mediterrâneo”.

“Em 27 de abril, a Rússia e a China impediram evidentemente que os Estados Unidos e a OTAN impusessem um equivalente à Resolução 1973 contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU”, frisou Rozoff.

No mesmo período, fracassada essa tentativa, a Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha pressionaram os embaixadores sírios nesses países para que condenassem seu governo na mídia europeia. Nenhum deles se prestou a trair o seu país.

Sincronizada com as ações dos Estados Unidos em 29 de abril, a União Européia anunciou que tinha planos para impor um extenso número de sanções contra a Síria, como por exemplo, a impossibilidade de viagens, congelamento de bens e embargo de armas.

“Em 2005, as principais potências ocidentais – EUA, Grã Bretanha, França e Alemanha – atuaram contra a Síria nas Nações Unidas. Então, a Rússia e a China bloquearam em outubro daquele ano a adoção de medidas mais punitivas segundo a Resolução 1636 do Conselho de Segurança”, assinalou o intelectual norte-americano, acrescentando que “há seis anos os planos dos americanos e aliados para derrubar o governo da Síria através de subversão, da agressão militar ou de um conjunto das duas, eram justificados com acusações sobre o suposto papel da Síria no assassinato de Rafik Hariri, assim como por apoiar atividades subversivas contra o regime do Iraque, cliente dos Estados Unidos, ou de apoio ao Hezbollah, no Líbano”.

Hoje, concluiu Rozoff, a justificativa para tentar derrubar o regime da Síria é a mesma usada na guerra contra a Líbia: a repressão violenta de protestos dentro do país, não importando se esses protestos são organizados com participação de agentes pagos pelo próprio bloco imperialista.

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