Dirigentes do Fatah e do Hamas assinam no Cairo acordo pela unidade palestina
Os partidos palestinos Fatah e Hamas assinaram no dia 4, no Cairo, um acordo pelo qual será estabelecido um governo palestino de união. O acordo veio selar um longo processo de discussões para a obtenção da unidade em defesa dos interesses nacionais palestinos; essas discussões já perduravam quatro anos enquanto se mantinha um governo palestino em Ramallah (sob o comando do Fatah) e outro em Gaza (dirigido pelo Hamas).
O acordo que já havia sido tentado antes e agora sela o fim da divisão foi festejado nas ruas palestinas de Gaza e da Cisjordânia. O documento, firmado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas e pelo líder do Hamas, Khaled Meshal, estabelece um governo de transição, cuja finalidade central é a convocação e acompanhamento de eleições gerais.
O entendimento também se deu após o governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) haver anunciado que pretende solicitar à Assembleia Geral da ONU, em setembro, o reconhecimento oficial e internacional do Estado Palestino.
A decisão do presidente da ANP, Mahmud Abbas, veio depois do governo de Israel haver sabotado as últimas rodadas de negociações pela paz autorizando a construção de mais casas em assentamentos montados sobre terras assaltadas aos territórios palestinos sob ocupação, o que é crime de acordo com as Convenções de Genebra.
Ambos os líderes destacaram que “a divisão ficou para trás”. Abbas rejeitou as declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netaniahu, de que o Fatah teria que escolher entre acordo com o Hamas ou com Israel (o que deixou claro a intenção de manter os palestinos divididos).
O presidente da ANP afirmou que esta é uma questão interna do povo palestino e que não vai aceitar as chantagens de Israel. Eles são nossos irmãos e nossa família. Podemos divergir e frequentemente o fazemos, mas chegamos a um entendimento. O que não aceitamos é a ocupação de terra palestina”.
“Senhor Netanyahu, o senhor deve escolher entre os assentamentos e a paz”, finalizou Abbas. Já o líder do Hamas destacou “vamos traduzir o texto desse acordo em fatos reais. Nossa batalha é contra os inimigos da Palestina e não contra as facções do nosso movimento de libertação”.
HP
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