sábado, 7 de maio de 2011

Helmut Schmidt: “operação para matar Osama foi clara violação da lei internacional”

O ex-primeiro-ministro da então Alemanha Ocidental, Helmut Schmidt, disse na televisão alemã que a operação dos EUA de execução de Osama Bin Laden foi “claramente uma violação da lei internacional”, e advertiu sobre “consequências incalculáveis no mundo árabe”.

O conhecido advogado australiano Geoffrey Robertson afirmou que “isso não é justiça. É uma perversão do termo. Justiça significa levar alguém perante um tribunal, declara-lo culpado com base em provas e sentenciá-lo”. Ele acrescentou que “esse homem foi submetido a uma execução sumária, e o que agora emerge após boa dose de desinformação da Casa Branca é que pode bem ter sido um assassinato a sangue frio”. Ele afirmou que Bin Laden deveria ter sido julgado assim como foram julgados os líderes nazistas em Nuremberg.

Robertson ironizou a operação da CIA. “A última coisa que [Bin Laden] queria era ir a julgamento, ser condenado e terminar a vida em uma prisão no norte do estado de Nova Iorque. O que ele queria era exatamente o que teve, ser baleado em meio à Jihad e obter uma passagem rápida para o paraíso”.

O especialista em direito internacional holandês, Gert Jan Knoops, assinalou que os norte-americanos dizem que estão em guerra com o terrorismo e que podem eliminar seus oponentes no campo de batalha”. “Mas no sentido estritamente formal, isso não se sustenta”, destacou. Para ele, Bin Laden deveria ter sido preso e extraditado aos EUA.

“Os EUA promovem a lei da selva em toda a parte, seja o Afeganistão, Iraque, Paquistão ou Líbia”, denunciou o clérigo muçulmano indiano Syed Ahmed Bukhari. “Ficamos calados durante muito tempo, mas agora [os EUA] cruzaram todos os limites”, apontou.

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