Código Florestal: PMDB diz a Dilma que vai manter o texto de Aldo aprovado na Câmara
Durante almoço realizado na quarta-feira (1/6) no Palácio da Alvorada com a bancada do PMDB no Senado, a presidenta Dilma sentiu a forte rejeição que há no partido às mudanças pretendidas por ela na proposta do novo Código Florestal aprovada na Câmara Federal. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) e o relator nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Agricultura, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), contestaram as declarações da presidenta sobre o assunto.
“O texto do Aldo não tem anistia. Vamos manter o máximo do texto da Câmara”, disse Luiz Henrique. “Quem desmatou depois de 2008 vai ser penalizado, não tem salvação. Vou ter um foco muito grande no pequeno produtor”, acrescentou.
A afirmação do peemedebista foi uma resposta ao ponto em que Dilma disse que não é “nenhuma fundamentalista ambiental”, mas que ira vetar “qualquer anistia dada a desmatadores”. “Entendo que o Brasil é uma potência agrícola, mas tenho uma preocupação com a comunidade internacional. Tenho um compromisso de combater o desmatamento”, afirmou Dilma.
“Não há anistia a desmatadores no texto do Aldo, senhora presidente! Se alguém me provar isso, sou o primeiro a votar contra”, rebateu o senador Waldemir Moka. Segundo senadores presentes, ao introduzir o assunto durante o almoço com a bancada do PMDB no Senado, Dilma teria apresentado 11 pontos que o governo pretende alterar. Ela foi contestada em todos eles por Moka e Luiz Henrique.
Em entrevista no início da semana, Aldo Rebelo já havia comentado as supostas ameaças de sanções estrangeiras. “O Brasil é o país que mais preserva no mundo. Temos 60,7% de nosso território coberto por florestas, enquanto a Europa e os EUA destruíram suas florestas e não têm o que nos ensinar ou cobrar a esse respeito”, disse. O excelente estudo feito pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná (FETAEP), junto com a Federação e Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), intitulado “O que as ONGs não revelam sobre o Código Florestal”, mostra que apenas 0,3% do território europeu é coberto por florestas naturais (veja a íntegra do estudo na edição 2.963 do HP).
O relator da Câmara acrescentou que essas ameaças infundadas contra o Brasil são feitas pelo lobby ambientalista internacional comandado aqui no Brasil pelo Greepeace e a WWF (“World Wide Fund for Nature”), ONGs que são financiadas pela Exxon, Chevron, Mobil, Philip Morris, JP Morgan Chase e defendem os interesses dos produtores das grandes potências. Sobre a participação dos Estados e o DF na legislação ambiental, constante na emenda 164, aprovada na Câmara, Aldo explicou que nem precisava dessa emenda no novo código, porque “a Constituição, em seu artigo 23, já garante isso”. “Seria bom que a Constituição fosse um pouco mais lida”, recomendou o relator.
Na terça-feira, o líder do PMDB no Senado, Waldir Raupp, também sinalizou que o partido está unido em torno do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), aprovado na Câmara. “No PMDB [do Senado] a tendência é aprovar o Código Florestal da forma como está. Não tem como mudar o que teve o apoio do PMDB [na Câmara]”, disse o senador. Raupp acrescentou que, qualquer mudança a ser negociada com os demais partidos, do governo e da oposição, terá antes que ser discutida obrigatoriamente com a bancada da Câmara.
HP
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