sábado, 7 de maio de 2011

Presiente da Telebrás Rogério Santanna: 95% da internet está na mão de 5 empresas

O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, afirmou que a discussão sobre a democratização da comunicação não pode ficar restrita apenas aos veículos tradicionais como jornais, revistas, rádios e televisões, mas deve levar em consideração a internet que inovou, entre outras coisas, a forma como as pessoas acessam e produzem informações. Segundo ele, através da banda larga, a estatal contribuirá para a democratização da comunicação no Brasil.

Santanna destacou os avanços na internet que permitem o encontro de pessoas de diferentes partes do país e do mundo e ressaltou o papel dos blogueiros que podem desmontar versões que, antes, dificilmente seriam contestadas.

 “O computador permite democratizar a edição enquanto que a internet possibilita a distribuição de baixo custo”, enfatizou no debate realizado pela Revista Caros Amigos, no dia 28 de abril, em São Paulo, com a presença de representantes do Intervozes e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão do Itararé.

Para o presidente da Telebrás, as operadoras resistem em massificar a banda larga porque deixarão de faturar com serviços de voz para ceder lugar à transmissão de dados, imagens e vídeos e “se utilizam dos instrumentos regulatórios para impedir a inovação”.

Em entrevista ao HP, ano passado, Rogério Santanna explicou: “No Brasil, o mercado de voz é 90% e o de dados é 10%. No mercado de dados, a rentabilidade não é tão alta como no mercado de voz. Então, reduzir o mercado de voz a 30% significa sair de R$ 150 milhões para um mercado de R$ 50 milhões.

Por isso, as teles, embora façam o discurso do ‘nós faremos [a universalização da banda larga]’, não vão realizá-la, porque não vão canibalizar o seu próprio negócio”.

Segundo Santanna, apenas cinco empresas controlam 95% dos acessos de internet do Brasil que está presente em apenas 27% dos domicílios brasileiros, sendo que 85% na mão de três – Telefónica, Oi e Net/Embratel. “Se colocarmos a GVT e a CTBC, chegamos a 94,6%”.

“Como estas empresas detém as redes de transporte de dados, controlam o preço da última milha [a chegada da internet à casa do usuário], então os serviços são lentos, caros e voltados para as pessoas de melhor poder aquisitivo que vivem nos grandes centros urbanos”, enfatizou. Já a Telebrás, vai oferecer uma rede neutra que chegará com internet a custos acessíveis a 4.283 municípios brasileiros até 2014, conforme prevê o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). “Numa rede neutra, todos os pacotes são iguais perante a rede. É a democracia da rede. A rede não escolhe, dizendo que esse pacote não vai, a não ser por problema de natureza técnica”, disse Santanna ao HP.
Ele ressaltou ainda que o preço do megabite que a Telebrás venderá aos pequenos provedores será de no máximo de R$ 230,00, que hoje chegam a pagar até R$ 9 mil pelo megabite nas regiões mais afastadas do país - locais onde as grandes operadoras não têm interesse.

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