Leonam dos Santos Guimarães, assessor da presidência da Eletronuclear
“Energia hidrelétrica e energia nuclear devem ser os pontos centrais na matriz brasileira”
O assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, afirmou que o Brasil está seguindo pelo caminho certo no que diz respeito ao planejamento energético. Segundo ele os avanços que o país pode ter na produção de energia se resumem em duas palavras: “água e átomo”. Já que a energia hidrelétrica e a energia nuclear, devem ser os pontos centrais na matriz brasileira.
As afirmações foram feitas durante debate ocorrido no lançamento do livro “Energia Nuclear: do anátema ao diálogo”, do professor José Eli Veiga, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA).
Leonam ressaltou que somente o Brasil, a Rússia e os Estados Unidos têm à sua disposição, simultaneamente, os recursos naturais e a tecnologia para explorar a energia nuclear – o que torna o Brasil privilegiado no contexto da expansão da energia nuclear.
“Hoje, há 45 usinas sendo construídas em 14 países, além de outras 46 em planejamento. Mas a maior parte delas está na China, na Rússia e na Índia. Nossa expansão é modesta diante desses países, o que é ótimo, porque a energia hidrelétrica – limpa, renovável e barata – continuará a ser a base de geração da energia elétrica no país. A energia nuclear, no entanto, será importante para a complementação necessária”, considerou.
Leonam apresentou a relação entre o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países com o consumo de energia elétrica per capita.
“Uma das alternativas para aumentar esses índices é o investimento na energia produzida pelo urânio. Cerca de 73% dos recursos naturais de urânio estão em seis países, sendo que o Brasil tem quase 6% dele. A Austrália é atualmente a maior reserva, mas o Brasil só prospectou até agora um terço do território e estima-se que, no futuro, o país possa ser o primeiro ou segundo maior detentor das reservas mundiais”, disse.
Ele destacou ainda pontos do Plano Nacional de Energia que prevê a expansão adicional de 100 mil megawatts, até o ano de 2030. Sendo 4 mil megawatts em energia nuclear, 4,7 mil megawatts em biomassa, 3,3 mil megawatts em energia eólica, 3,5 mil megawatts em carvão e 57,3 mil megawatts em energia hidrelétrica.
“Esses números mostram que o Brasil não está elegendo a alternativa nuclear para dominar sua matriz energética. As outras matrizes todas têm previsão de expansão da mesma magnitude.
A energia nuclear, no entanto, será fundamental para a complementação”, considerou.
A Eletronuclear apresentará, no próximo dia 8 de abril, a uma comissão de senadores, os sistemas de segurança das usinas nucleares brasileiras Angra 1, 2 e 3. José Manuel Diaz Francisco, coordenador de Comunicação e Segurança da Eletronuclear, destacou, em entrevista à Agência Brasil, que as condições técnicas de segurança são superiores às de Fukushima, no Japão, que após o terremoto seguido de tsunami, ocorrido no dia 11 de março, iniciaram um vazamento de material radioativo.
As usinas nacionais usam reatores do tipo PWR (reatores de água pressurizada, na sigla em inglês), considerados mais seguros do que os reatores do tipo BWR (reatores de água em ebulição, na sigla em inglês), como os de Fukushima.
“Consideramos que isso oferece algumas vantagens. Uma delas é, por exemplo, o fato de numa perda de energia, nós termos a circulação natural [da água], que é uma coisa que eles [japoneses] não têm”. Isso permite que, na falta de energia, a usina consiga manter o resfriamento do reator sem a necessidade de bomba elétrica para acionar a circulação da água.
HP
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