terça-feira, 7 de junho de 2011

Bombas dos EUA/Otan matam 718 civis e ferem 4067 na Líbia

Essa é a “proteção aos civis” cometida pela Otan. Não inclui os assassinatos praticados pelos esquadrões da morte pró-EUA no leste do país

Os bombardeios da Otan já assassina ram 718 civis líbios em dois meses, e feriram mais 4067, sendo 433 em estado grave, denunciou o porta-voz Mussa Ibrahim. O massacre vem sendo cometido sob o pretexto de “proteção aos civis”, da resolução 1973, embora até as crianças de dez anos saibam que é por causa do petróleo. Em suma, a Otan já matou 718 civis para “protegê-los” e quer mais - acaba de anunciar mais três meses de matança.

Como há 433 civis em estado grave, o total de 718 mortos pode aumentar bastante a curto prazo, isso sem considerar as novas vítimas. Em dois meses, foram mais de 8.000 operações aéreas, com ataques diários à capital, Trípoli, e frequentes raids contra as mais diversas cidades - Sirte, Brega, Las Ranuf, Jofra, Beniwalid, Al Ghariah, Zlitan, Nalut. No litoral, na fronteira com a Tunísia, no deserto, no caminho para Benghazi.

Como relatou o blog “leonorenlibia”, basta haver numa cidade uma manifestação com as bandeiras verdes da revolução líbia, para, no dia seguinte, ter bombardeio. A Otan também tenta amedrontar a população para que se submeta às gangs; ou serve ainda de escudo buscando evitar – ou adiando – o colapso dos mercenários pró-EUA.

A covardia unida à desfaçatez: três grandes países, armados até os dentes, a aliança imperial Otan, contra um pequeno país de 6 milhões de habitantes. A quarta guerra do prêmio Nobel da Paz Obama e a mais recente incursão africana do petit Sarkozy mal das pernas nas pesquisas eleitorais. Não vergaram a Líbia nos dois meses que passaram, e já se preparam para mais três - era para ser um passeio.

Também não há como ocultar que ultrapassaram em muito – isto é, violaram – a resolução 1973 sob a qual dizem operar. Nem que tentam assassinar o líder Muamar Kadafi disparando mísseis contra todos os lugares em que achem que ele está. Mataram seu filho Saif Al-Arab.

No rol das vítimas da Otan, 11 clérigos que iam em missão de paz a Benghazi e foram bombardeados em Brega e mortos. Crianças – e não apenas os três pequenos netos de Kadafi –, que jazem ensanguentados após estrondos e explosões. Mulheres e idosos. Hospitais recebem a todo o momento mais feridos, como pode ser visto na internet. De alvo, até uma escola para crianças especiais, torres de telecomunicações, igrejas. E o principal alvo de todos: o próprio Kadafi, que já escapou de várias tentativas de assassinato da Otan com mísseis.

Para aumentar a eficácia na chacina, a Otan está trazendo helicópteros, e jornais estrangeiros registram a atuação de tropas especiais em solo.

O total de 718 mortos não inclui as baixas militares, mantidas em sigilo, por razões de segurança e para não facilitar os cálculos dos agressores. Também não inclui as vítimas dos esquadrões da morte nas áreas sob controle das gangs a serviço da Otan – e que foram torturadas e até degoladas.

Como o pretexto para o assalto à Líbia foi a mentira de que era Kadafi quem bombardeava civis, a mídia imperial nem vê civis mortos na Líbia pela Otan – embora admita que no Afeganistão a mesma Otan vive “errando” e mata civis – como os 32 da semana passada. Também não faltam armas proibidas, como ogivas de urânio depletado e bombas de fragmentação. Inicialmente, quiseram atribuir à Líbia o uso das bombas de fragmentação em Misrata, para mais tarde terem de admitir se tratar de uma variante de uso exclusivo das forças navais dos EUA.
ANTONIO PIMENTA

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