A Eletrobrás planeja desembolsar R$ 2 bilhões no programa de desligamento voluntário (PDV), anunciado no início do mês no Plano Diretor de Negócios e Gestão 2013-2017 da estatal, segundo informação do diretor de administração da estatal, Miguel Colassuono.
O plano de demissões tem como meta alcançar a redução de 30% dos recursos de custeio da companhia em três anos, contingenciando cerca de 20% do orçamento de “materiais, serviços e outras despesas” em todas as empresas do grupo Eletrobrás e reduzindo seu quadro de funcionários em mais de 18% de um total de 28 mil, um corte de 5 mil dos 27 mil empregados.
O alvo será principalmente os trabalhadores mais qualificados, já que os desligamentos serão de funcionários que recebem mais de 50% da média salarial.
Segundo o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, as medidas são conseqüências de a empresa ter registrado um prejuízo líquido de R$ 6,878 bilhões no ano passado devido, supostamente, aos efeitos do decreto da presidente Dilma que baixou as tarifas de energia. No entanto, o plano de demissão voluntária gerará custos que não se reverterão em aumento de produção.
Vale lembrar também que o anúncio da implantação do PDV veio acompanhado da decisão da Eletrobrás investir um total de R$ 52,4 bilhões em novos projetos de geração, transmissão e distribuição. Só não há respostas de como a empresa pretende aumentar os investimentos e executar novos projetos reduzindo a sua mão de obra.
Em declarações feitas na sexta-feira (26) durante a assinatura de um memorando de entendimento entre a Eletrobrás com a Ong norte-americana do ex-governador Arnold Schwarzenegger que prevê a “troca de experiência” de pesquisa de fontes renováveis de energia, Miguel Colassuono afirmou que a empresa já recebeu o aval do Ministério de Minas e Energia para a abertura das inscrições ao programa de demissões e que a expectativa é que os trabalhadores aderirão ao plano.
Porém, sindicatos representativos dos trabalhadores em diversos setores já afirmaram que não aceitarão a implementação do PDV. Segundo José Borges, presidente do Sindicato dos Urbanitários do Amazonas, não houve acordo sobre as demissões coletivas entre as partes.
Outro temor dos trabalhadores são os indícios de que o programa seja a antessala da privatização da estatal.
“No interior, boa parte dos serviços já estão sendo terceirizados. Isto é um sinal de privatização. Não vamos deixar isso acontecer. Se preciso, acionaremos o Ministério Público Federal e a Assembleia Legislativa”, alertou Borges.
“No interior, boa parte dos serviços já estão sendo terceirizados. Isto é um sinal de privatização. Não vamos deixar isso acontecer. Se preciso, acionaremos o Ministério Público Federal e a Assembleia Legislativa”, alertou Borges.
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