114 deputados – 102 democratas e 12 republicanos – votaram contra a aprovação de mais US$ 37 bilhões para bancar a guerra no Afeganistão e no Iraque. O dinheiro da guerra acabou aprovado por 308 votos, dos quais 148 democratas e 160 republicanos.
O resultado mostra a extensão a que chegou o repúdio à guerra entre os deputados norte-americanos, assim como a divisão na bancada democrata – 102 a favor de cortar o dinheiro da guerra, e 148 pró-ocupação. Situação apresentada pelo “New York Times” como uma “política incomum de guerra”.
O jornal registrou “fervorosos discursos anti-guerra”, defendendo que os EUA deveriam “estar atendendo a necessidades urgentes em casa, ao invés de [metidos em] um conflito fútil a milhares de milhas de distância”. Um ano atrás, o número de deputados que votou a favor de cassar o dinheiro para a guerra foi de 35.
“O Congresso não pode continuar a assinar um cheque em branco para a guerra no Afeganistão que, em última instância, deixou nosso país menos seguro”, afirmou a deputada democrata Bárbara Lee, que encabeça o “Caucus Negro” no Congresso.
A votação também reflete a repercussão do vazamento de 90.000 registros de operações de guerra, propiciado pelo site “Wilileaks”, e que permitiu um quadro muito mais real do desastre no Afeganistão.
O clima contra a guerra chegou ao ponto de, mais adiante, o deputado democrata Dennis Kucinich, em conjunto com o republicano Ron Paul, apresentarem uma resolução pedindo a retirada das tropas dos EUA do Paquistão, que chegou a receber 38 votos. Os dois afirmaram que as operações secretas no Paquistão – expostas nos documentos do “Wikileaks” – violavam a Lei dos Poderes de Guerra, já existe autorização do Congresso, como a lei exige. “Nós não fazemos mais declarações de guerra”, ironizou Paul, “nós nos enfiamos na guerra”.
HP
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