Passado o calor do embate eleitoral, analiso o que foi a
vitória do Governador Luiz Fernando Pezão, diante de três candidaturas, de dois
senadores, um deputado federal e ex-governador.
Pezão era vice-governador do governo Sérgio Cabral, que se desgastou
em função – em minha opinião – por não manter diálogo com a sociedade.
Nestes oito anos, o Rio de Janeiro viu grandes avanços na
área econômica que acertadamente estabeleceu parceria republicana com o governo
federal. Grandes obras ocorreram, como a ampliação do metrô, o Arco Metropolitano,
a reativação da indústria naval, as dezenas de indústrias que se instalaram no
estado. Houve política de parceria nas áreas de segurança pública, na saúde e
na educação. Podemos dizer que o Rio de Janeiro voltou a progredir, depois de
anos de discriminação, desde a época da ditadura. Mesmo no período do desgoverno
de Marcelo Alencar, que era do mesmo partido do presidente da república, a
economia do nosso estado foi sucateada.
O governo Garotinho foi ruim pelo seu personalismo e sua
política de aliança de classe com o lupenzinato, com a aproximação cada vez maior
com as “forças” políticas atrasadas de nosso estado (DEM) e nacionalmente (PSDB),
rompendo com o PDT, quando ainda era vivo o governador Leonel Brizola.
Com o PMDB no governo, se construiu uma aliança política
ampla que permitiu estes avanços econômicos. O Rio de Janeiro aproveitou bem a
política de desenvolvimento implementada pelo governo do presidente Lula, não
se isolando.
O ex-governador chegou a ter mais de 65% de aprovação dos
cariocas e fluminenses na eleição para o segundo mandato, mas começou a despencar ao agir de
forma truculenta e arrogante com a sociedade organizada, os servidores
públicos, sejam professores, médicos, bombeiros, trabalhadores da CEDAE e etc. Começaram então a surgir denúncias de
atitudes fora do país não recomendáveis para governantes, a meu ver como dizia
os mais velhos a “perdeu a noção de perigo”. Isso deu argumento à
oposição e aos setores aliados vacilantes para tentar alcançar o poder. O que
ficou bem claro neste segundo turno, quando estes setores juntaram-se: PT e
seus pupilos, Garotinho, Crivella, ainda pensando no desgaste do ex-governador –
de um ano e meio atrás, mas a realidade hoje era completamente diferente e o
candidato não era este.
Iniciada a batalha eleitoral, o governador Pezão estava com
4% a 6% das intenções de votos nas pesquisas e os candidatos da oposição na
frente, liderados por Garotinho. A oposição pensou que iria ganhar as eleições
em função do desgaste, subestimou a sabedoria da maioria do povo do Rio de
Janeiro, que soube distinguir, as
conquistas do governo nas áreas econômicas e sociais, a aliança republicana com
o governo federal e o governador que saiu.
Poucos meses antes, a maioria da oposição fazia parte do
governo, que “ajudou” no projeto de desenvolvimento, na parceria republicana
com o governo federal e não conseguiram fazer a crítica política ao governo. Não
tinham argumentos, no máximo diziam que iriam melhorar as UPPs, UPAs e etc. Mas
como confiar em uma oposição que tinha um ex-governador “garotinho”, que
mostrou-se um infortúnio? Um ex-prefeito “lindinho” derrotado no município onde
foi prefeito? E num pastor com cara de “bonzinho”? Sabemos como age sua igreja,
com todo respeito aos seus fiéis. Então temos “garotinho”, “lindinho” e
“bonzinho”. O povo do Rio de Janeiro, que teve Brizola como governador – revolucionário,
grande, firme – não iria nesta conversinha de “inhos”.
Penso que é preciso avançar no diálogo com a sociedade
organizada constantemente. Há muito que avançar neste terreno do diálogo social.
O governo deve estar mais perto do povo, para que as “forças” do atraso – os
“inhos” de hoje e amanhã – não iludam nosso povo. Certamente que não iremos
acertar 100%, mas o diálogo, que sei que é uma característica pessoal do
governador Pezão, buscará que se erre o menos possível.
Vamos à frente, a mudança já começou.
O Rio de Janeiro ficou e esta de pé pelo Brasil!
Aylton Mattos
Nenhum comentário:
Postar um comentário