(El País, 02) 1. A África Ocidental se converteu, na última década, na nova rota de cocaína produzida na América Latina para chegar à Europa. Essa é a principal conclusão de um informe apresentado em Bogotá pela Comunidade de Policias da América Latina em colaboração com a União Europeia. Diversas fontes de inteligência citadas no estudo consideram que pela rota africana passam 30% do total da cocaína com destino à Europa.
2. O informe define o ocidente africano como “o armazém para os narcotraficantes”. A "zona quente" de entrada da droga na África é composta por: Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo, entre outros.
3. No caso dos narcos colombianos, Ameripol estabelece que tenham cinco rotas para introduzir sua coca à Europa. Duas delas são novas: uma é o Canal de Suez via África do Sul e a cocaína entra pela Romênia. A outra são os Balcãs, que dá toda a volta, também pelo Canal de Suez e passa pela Turquia, Romênia, Bulgária e Itália.
4. As outras três rotas, tradicionais, e que seguem sendo importantes são as que passam pelo Caribe, Portugal e por último na Espanha e que compõe 40% do consumo de drogas. Outra é a que faz escala em Cabo Verde e Canárias e daí se distribui a toda a Europa. A última é a rota africana que utiliza como ponte os países da África ocidental.
5. Entre os dados mais reveladores está que a Argentina, Venezuela e Brasil são a primeira ponte que usam os narcos para distribuir a droga para África e Europa. América Central e as ilhas do Caribe são utilizadas como centros de acoplo e pontos de distribuição para chegar aos EUA.
6. Esses fatos demonstram o que a Ameripol chama de "comportamento de globalização das organizações delitivas". A Ameripol conclui que é muito difícil quantificar quanta droga passa pela África e se vai a Europa. Mas tem segurança de que "cada vez mais mercados, novas rotas, novas organizações delitivas que buscam novos sócios. E sem a cooperação policial internacional conjunta, não se poderá dar uma resposta adequada e firme a este fenômeno delitivo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário