Estupefação e revolta no circuito dos professores banqueiros, dos consultores e da mídia que os vocaliza. Na reunião dos BRICs, na África do Sul, a Presidenta Dilma disse que não elevará a ração dos juros reivindicada pelos batalhões rentistas, a pretexto de conter a inflação.
A reação instantânea das sirenes evidencia a cepa de origem a unir o conjunto à afinada ciranda de interesses que arrasta US$ 600 trilhões em derivativos pelo planeta.
Gente que prefere blindar seus automóveis a investir no desenvolvimento. O Brasil tem a maior frota de carros blindados do mundo. E uns R$ 500 bi estocados em fundos de curto prazo... Carros blindados, dinheiro parado, paraísos fiscais e urgências de investimento formam a determinação mais geral da luta política em nosso tempo.
Os anéis soturnos desse garrote reúnem --e exercem, através da mídia, por exemplo-- um poder de extorsão capaz de paralisar governos e asfixiar nações. A falência cipriota assusta as trincheiras desse cortejo não por suas dimensões. Mas porque ressoa o uivo cavernoso de uma bancarrota, só anestesiada a um custo insustentável na UTI mundial das finanças desreguladas.
No Brasil o mesmo uivo assume o idioma eleitoral ao gosto do dinheiro graúdo: ‘dá para fazer mais'. O governo Dilma acha que sim. Mas com a expansão do investimento produtivo; não com mais juro e arrocho. São lógicas dissociadas. Aqui e alhures, a obsessão mórbida pela liquidez descolou-se da esfera patrimonial para o éter dos rendimentos financeiros. Não importa a que custo. Dilma classificou essa receita de uma fraude datada e vencida. De um mundo que trincou e aderna, desde 2008. A pátria rentista uiva e ruge diante de tamanha indiscrição.
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