Portal do tempo
É o último dia de dezembro
Tu te perguntas se estais mesmo pronto
Pensa em quem vai
Dali
Sair correndo
Ou em quem vai
Ficar
Juntando escombros
Em como vão reagir os amigos
Os inimigos
Os desconhecidos
Pensa nos anos todos sucumbidos
E nas vitórias
Nos milhões de planos
E tu te sentas
Calmo
Na poltrona
Bebes de um gole só o desespero
Da esperança
Criada em cativeiro
Tira os suportes
Para próxima semana
Próximo mês
Talvez
Próxima era
Pra se molhar
Os dedos na quimera
E rabiscar na tela outros anos
E se uma bomba explodir
Aflita
Na tua rua ou na tua cama
Saber que a bomba
Mente
Traí
Engana
E que em momento algum ela te habita
Dentro de ti há árvores seculares
Flores diversas
Cores variadas
Texturas próprias
Fontes preparadas
Para fluir
até o fim dos dias
E se a bomba parecer potente
Basta sabe-la vil
Covardemente
construída
Para impedir a vida
De ampliar seus ramos
Pela nova estrada
Basta saber
Que não há de ser nada
Que os dias vem e vão
Indiferentes
Bombas e balas
Não são suficientes
Para impedir teu sonho em movimento
Abra o champanhe
Comemore a glória
De ver a vida abraçada à história
Atravessando o portaldo tempo
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